A Pinacoteca do Estado de São Paulo apresenta a exposição Gerhard Richter: Sinopse. Em sua primeira individual em São Paulo, a mostra traz 27 pinturas realizadas em diversas fases da produção de Gerhard Richter (1932, Desden, Alemanha), começando pelos trabalhos de fotografia-pintura, dos anos 1960, até as pinturas abstratas dos anos 1980 e 1990. Esta exposição já passou por Curitiba, Salvador e Brasília, tem curadoria do próprio artista e do historiador Götz Adriani, e é uma realização do ifa (Instituto de Relações Culturais com o Exterior, Alemanha) em parceria com o Goethe-Institut.
Dia 21 de julho às 19h30, na Pinacoteca, acontece a palestra ‘Pintando Fotografias’ com o Dietmar Elger (Biógrafo e Diretor do Arquivo Gerhard Richter de Dresden), sobre a trajetória de Gerhard Richter.
Abertura dia 23 de julho, sábado, a partir das 11h.
Em cartaz até o dia 21 de agosto de 2011.
Gerhard Richter: Sinopse
A Pinacoteca do Estado de São Paulo apresenta a exposição Gerhard Richter: Sinopse. A mostra é composta por 27 pinturas, escolhidas pelo próprio artista, que formam uma retrospectiva de todas as fases de sua produção, desde os trabalhos de fotografia-pintura dos anos 1960, até as pinturas abstratas dos anos 1980 e 1990. Gerhard Richter é o artista plástico alemão em atividade mais conhecido da contemporaneidade, considerado um dos responsáveis pelo resgate da pintura no final do século XX, quando muitos a consideravam perdida.
A arte de Gerhard Richter não segue uma intenção, um sistema, um estilo, ou uma mensagem. O que a rege é uma ética artística de prática cotidiana, relacionada somente às condições representadas por ela mesma. Richter utiliza motivos variados, estilos e citações da história da arte, porém, seu único e grande tema, em última análise, é a pintura. Suas peças ora são puras, sobre a tela, ora misturadas a fotografias e recortes de jornal. Em alguns casos, como em obras presentes nesta mostra, ele primeiro reproduz a fotografia em pintura, e, depois, volta ao modelo original, fotografando seu trabalho, sem que se percam as características da obra produzida à mão.
A resistência de Richter em se fixar em um estilo, tema ou conteúdo, tem origem em sua própria biografia. Com sua mudança de Dresden, na antiga República Democrática Alemã (RDA) para Düsseldorf, na então Alemanha Ocidental, em 1961, ele não somente muda de ambiente social e político, como entra em outra esfera artística. É nessa fase que Richter troca a tradição de uma pintura do realismo socialista da RDA, por um confronto com a pintura informal tardia e a iniciante PopArt.
Dessa mudança radical permanecem, para sempre, grandes dúvidas quanto às certezas e obrigações nas artes. “Eu não sou seguidor de sistemas, de vertentes ou de intenções. Eu não tenho nenhum programa, nenhum estilo, nenhuma razão especial”, avisou o artista em 1966. Gerhard Richter compreende a pintura como um ato; uma busca da realidade atual: “O que eu via como a minha grande fraqueza, ou seja, a incapacidade de criar uma imagem, não é de fato uma incapacidade, mas sim, uma instintiva busca de uma verdade mais moderna, que já estamos vivendo”.
Pintura X Fotografia
Como meio de comparação à pintura, Gerhard Richter usa a fotografia, sua eterna rival, na representação da realidade e, em 1962, pela primeira vez, parte de uma imagem para realizar uma pintura. Desde então coleciona, sistematicamente, fotografias que servem como matriz para suas pinturas. Desse modo, criou um acervo de imagens públicas e privadas, de 1945 até os dias atuais, compreendendo fotografias de jornal e de própria autoria, e cliques espontâneos de fotógrafos amadores. Esse acervo foi publicado sob o título de “Atlas”, em 1971, e exposto publicamente, de forma inédita, nesse mesmo ano.
É desse acervo que Gerhard Richter escolhe as fotografias que servirão como motivo, ampliando-as ou usando-as, em recortes, nas suas pinturas. Ao reduzir as cores a tons da escala cinza na transposição da fotografia para a pintura, esta fica reduzida e até irreconhecível. Com isso, o artista separa a pintura do objeto que, por sua vez, some na cor cinza, característica das “pinturas cinza”, criadas em fins dos anos 1960. Para Richter, essa cor sempre representou o indiferente e o nada. Mais tarde, volta a trabalhar com cores e encontra um novo caminho numa pintura complexa de camadas, típica de suas obras abstratas dos anos 1980.
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Fonte: Assessoria de Imprensa
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