Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

A Vida no Monte da Arouca - UCP Soldado Luís (1)

Domingo, 7 de Outubro de 2007

A Vida no Monte da Arouca - UCP Soldado Luís (1)


Fotos por Victor Nogueira


O regresso do avio em Vale de Guiso, do outro lado do Rio Sado
A D. Maria (minha sogra) e a Sra Catarina (trabalhadora na UCP)
O verde é arroz, que no verão produzia núvens de incómodos e sanguinários mosquitos, ao cair do dia.
A casa da professora (seis alunos) igual à dos restantes trabalhadores
Cuidando do «jardim»

A D. Maria (ou Mariazinha) preparando a refeição
No Monte não havia electricidade e a água era tirada dum poço, ao pé do tanque colectivo da lavagem da roupa, com uma bomba e corada ao sol


A Celeste à lareira
Cada casa tinha apenas a porta de entrada. com coberto de telha vã, e três divisões:
a sala comum, com a lareira e uma braseira para a camilha, e dois quartos iguais, que somavam
a área da sala comum, sem portas, resguardados com cortinados.
As paredes não chegavam acima e a casa de banho tinha de ser forçosamente ao ar livre,
porque os agtários não se preocupavam com essas miudezas.
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Para se chegar ao Monte ia-se por um trilho que começava junto à Herdade da Barrosinha, ao longo duma das valas para irrigar os campos de arroz, intransitável no tempo das chuvas. A alternativa era apanhar um outro trilho mais adiante, a caminho de Montemor o Novo, fixar pontos de referência para não nos perdermos no emaranhado de trilhos, dos quais apenas um desembocava no Monte, que era uma pequena aldeia de casas iguais, excepto a dos agrários, que estava sempre fechada e onde nunca iam.
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