Castro Barroso Gato Nogueira - Blog Photographico - lembrança da moça do Alentejo
Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui
“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)
«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973
segunda-feira, 1 de maio de 2017
2017 - 1º de Maio em Setúbal
* Victor Nogueira
A tarde estava soalheira e luminosa e o percurso foi o habitual: da Praça do Quebedo ao coreto da Avenida Luísa Todi passando pelas 5 de Outubro e 22 de Dezembro. A manifestação estava mais composta que nos últimos anos, embora a fechar estivessem um carro da PSP e uma carrinha da Polícia de Intervenção, o que não é habitual. Não se entende este aparato, pois as manifestações costumam correr pacificamente com recurso apenas ao serviço de ordem da CGTP. Que me lembre apenas houve problemas há uns anos, devido à acção de grupos anarquistas.
Nos passeios aqui e ali viam-se polícias, embora não se visse esta a filmar ostensivamente como em ano anterior. Gritavam-se palavras de ordem como "O trabalho é um direito", "CGTP, unidade Sindical", "Intersindical jovem" e "25 de Abril, Sempre". entre outras. Na varanda do prédio defronte do Largo dos Combatentes as portas e janelas encontravam-se encerradas e, talvez por terem falecido, já não estava o casal idoso, com um cravo vermelho na mão, acenando sorridentemente aos manifestantes Na cabeça do cortejo um grupo de tamboristas marcava o ritmo ensurdecedoramente, com algumas acrobacias de quando em quando.
Ao longo do percurso e nos passeios muitos mirones, as esplanadas cheias. Chegado ao coreto as pessoas foram ficando mais ou menos aglomeradas, conversando ou ouvindo os oradores que do palco enumeravam as medidas positivas do Governo PS enquanto aumentavam "revolucionariamente" a parada das exigências sindicais. Com efeito a CGTP convocou "grandes manifestações" pelo País fora para pressionar o Governo., que eventualmente poderão culminar numa Greve Geral ou não. Barracas ambulantes de comes e bebes vendiam farturas, bifanas, sorvetes ou água e cervejolas, que a canícula assim o exigia. Findas as intervenções subiu ao palco a "Big Band" da Sociedade Musical Capricho Setubalense. Em distribuição um desdobrável com "a história da festa do 1º de maio", editado pela CGTP.
(...)
edição CGTP - União dos Sindicatos de Setúbal
Memorial a Luísa Todi
Postigo da Ribeira (muralha medieval)
Actuação da Big Band da Capricho Setubalense
Sede da Sociedade Musical Capricho Setubalense, no Largo da Misericórdia
Sem comentários:
Enviar um comentário