* Victor Nogueira
2021 12 17 Fotos victor nogueira - Oeiras - Pelourinho e Paços do Concelho
2020 12 17 FOTO DO ALBUM DE MORA - chafariz da vila, em Castelo de Vide
2019 12 17 foto victor nogueira - Igreja de S. Vítor, em Braga (1998.06.03)
Não há livrarias no Centro, onde se situa a Universidade do Minho (!). Igreja do Carmo, insólita com a sua torre sineira central. Igreja da Senhora a Branca, com azulejos na fachada - no interior o padre celebra a missa para um único assistente, um miúdo. Igreja de S. Victor, com duas estátuas na fachada, talha dourada no interior, azulejos historiados; a assistência à missa é mais numerosa.(Notas de Viagens 1998.06.03)
VER
Braga - Campo da Vinha
2017 12 17 2017 12 17 foto victor nogueira - Setúbal - Largo dos Combatentes
2016 12 17 foto victor nogueira - Mindelo - chuva na vidraça em tarde de céu azul, luminoso e com núvens brncas em campo verde com árvores no horizonte.
foto victor nogueiraa - Mindelo - chuva na vidraça em tarde de céu azul, luminoso e com núvens brancas em campo verde com árvores no horizonte
UMA FOTO E TRÊS POEMAS
1. FLOR DO MAR sem GUARIDA
1. É bom ter
quem nos afague e faça companhia
e nos diga:
olá, bom dia
com alegria e fantasia.
2. É bom ter quem nos aguarde
uma casa aberta
onde o fato não aperta
riso pleno de sol e mar
sem noite em noite de luar!
3. É bom pensar em ti
como nave que sorri
na brisa do meu olhar.
4. É bom falar-te sem dor
com valor, satisfeito
perfeito, uma flor.
5. É bom estar contigo
num passeio sem receio
com amizade
ternura de permeio.
6. É bom que os gestos não sejam novelo
enleado, em atropelo,
e que as palavras não sejam punhal
quando me recebes mal!
7. Este é um fraco poema
pobre teorema
rima que não rema
perdida na tua calema !
Victor Nogueira
1991.04.05
Paço de Arcos // Lisboa
2. CORAÇÃO ROSA DOS VENTOS
A tua carta é um pássaro pintado
…………………………com emoção e alegria!
Cada folha é uma seara dividida em quatro e
na delicadeza do teu olhar
sou um rio
……. leve rumor
….... suave brisa que passa e canta!
(Setúbal, 1992)
3. NOSTALGIA
Procuro dentro de mim
................a memória das naus que partiram
................nesse teu gesto de me
.........................................tocar o rosto
.........................................afagar os cabelos
.........................................ajeitar o kispoo
................toque das tuas mãos
................tocata ligeira e graciosa
Recordo a tua pele morena
................a tua voz camarada e amiga
quente sedutora
................o teu ar fresco e donairoso corpo
................a tua mão na minha
no café no cinema ou no restaurante
................o teu cabelo curto ou comprido
................as tuas palavras
................quando me dizes
................à partida
................rápido pela auto-estrada
................não vás depressa
................cuida de ti da tua saúde
................o beijo na face ou como ave
............................pássaro lançado ao vento
Regresso em pensamento viajo
Percorro os sítios onde estivemos
................o areal o lugar à beira-mar
................a esplanada as ruas da cidade aberta
................a tua casa acolhedora
................o silêncio
Hoje raro me telefonas ou procuras
a não ser quando me sabes doente ou
no dia do meu aniversário
na passagem dos anos
com delicada gentileza!
Flor do mar retraída.
1989.09.11 setúbal
2016 12 17 foto victor nogueira - Vila do Conde - réplica duma nau quinhentista
Eu Sou Português Aqui, por José Fanha
Eu sou português
aqui
em terra e fome talhado
feito de barro e carvão
rasgado pelo vento norte
amante certo da morte
no silêncio da agressão.
Eu sou português
aqui
mas nascido deste lado
do lado de cá da vida
do lado do sofrimento
da miséria repetida
do pé descalço
do vento.
Nasci
deste lado da cidade
nesta margem
no meio da tempestade
durante o reino do medo.
Sempre a apostar na viagem
quando os frutos amargavam
e o luar sabia a azedo.
Eu sou português
aqui
no teatro mentiroso
mas afinal verdadeiro
na finta fácil
no gozo
no sorriso doloroso
no gingar dum marinheiro.
Nasci
deste lado da ternura
do coração esfarrapado
eu sou filho da aventura
da anedota
do acaso
campeão do improviso,
trago as mão sujas do sangue
que empapa a terra que piso.
Eu sou português
aqui
na brilhantina em que embrulho,
do alto da minha esquina
a conversa e a borrasca
eu sou filho do sarilho
do gesto desmesurado
nos cordéis do desenrasca.
Nasci
aqui
no mês de Abril
quando esqueci toda a saudade
e comecei a inventar
em cada gesto
a liberdade.
Nasci
aqui
ao pé do mar
duma garganta magoada no cantar.
Eu sou a festa
inacabada
quase ausente
eu sou a briga
a luta antiga
renovada
ainda urgente.
Eu sou português
aqui
o português sem mestre
mas com jeito.
Eu sou português
aqui
e trago o mês de Abril
a voar
dentro do peito.
FOTO Dorothea Lange - An elderly man and a child during the Great Depression. Near Camden, Alabama, May 1939
BOAS FESTAS E TUDO DE BOM, PARA TI, PARA TODOS NÓS E PARA A HUMANIDADE E A NATUREZA
de antónio gedeão - FALA DO HOMEM NASCIDO
Venho da terra assombrada,
do ventre de minha mãe;
não pretendo roubar nada
nem fazer mal a ninguém.
Só quero o que me é devido
por me trazerem aqui,
que eu nem sequer fui ouvido
no acto de que nasci.
Trago boca para comer
e olhos para desejar.
Com licença, quero passar,
tenho pressa de viver.
Com licença! Com licença!
Que a vida é água a correr.
Venho do fundo do tempo;
não tenho tempo a perder.
Minha barca aparelhada
solta o pano rumo ao norte;
meu desejo é passaporte
para a fronteira fechada.
Não há ventos que não prestem
nem marés que não convenham,
nem forças que me molestem,
correntes que me detenham.
Quero eu e a Natureza,
que a Natureza sou eu,
e as forças da Natureza
nunca ninguém as venceu.
Com licença! Com licença!
Que a barca se fez ao mar.
Não há poder que me vença.
Mesmo morto hei-de passar.
Com licença! Com licença!
Com rumo à estrela polar.
IN (TEATRO DO MUNDO (1958)
Adriano Correia de Oliveira - Fala do Homem Nascido
2013 12 17 Luís Má Sorte - Frank Giroud (argumento) e Jean-Paul Dethorey (desenhos)
Sem comentários:
Enviar um comentário
Uma Photographia por si só vale por mil palavras?