* Victor Nogueira
Não há muitas fotos minhas a azenhas e parcas são as referências nas minhas "Notas de Viagens". Localizadas nas margens dos rios, com engrenagens movidas pelo correr e força das águas, normalmente tinham como objectivo moer o grão de cereais, para produção de farinha. Mas algumas têm funções doutro tipo, como as que produziam explosivos na antiga Fábrica de Pólvora da Barcarena, em Oeiras. Seguem-se fotos e textos sobre esta temática
As Fotos ....
Macieira da Maia e Rio Ave
Azurara e Rio Ave
... e os textos
Gostaria de passar as férias sossegadas, calmamente lendo e estudando, com um mergulho nas ondas e passeios ao entardecer em amena cavaqueira com os amigos ou com as pessoas da terra. O meu avô Barroso tem uma casa no Mindelo, onde há uma praia rochosa que me deslumbra pela violência com que as ondas batem na rocha em cascatas de espuma que salpicam o rosto. Ou então aquele moinho [azenha] que eu visitei ao inquirir dois velhotes, lá para os lados de Arraiolos. Gostava de passar as férias, p. ex., num sítio assim. (MCG - 1973.08.02)
Situa-se a Amareleja perto da ribeira do Ardila, possui moinhos de água nas margens do. O cemitério espelha um costume característico, cuja razão desconheço, com as campas ao cimo da térrea, onde ninguém é enterrado. (Memórias de Viagem, 1997)
Visitamos Alcobaça, onde chegamos já de noite, com uma chuva miudinha que cai continuamente. É uma vila simpática onde se destaca a fachada comprida do respectivo mosteiro, da Ordem de Cister, situado destacadamente na Praça 25 de Abril: uma Igreja ao centro, dum amarelo rendilhado, exuberante, contrastando com a horizontalidade branca e ascética dos dois corpos laterais. Corpos que nas outras fachadas estão escurecidos e degradados, resultado das "conservações" para turista ver. O Mosteiro, considerado Património Mundial desde 1989, não é esmagadora e massivamente impositivo à povoação circundante, como o de Mafra. (...)
Porque por lá passamos, fico a saber que a povoação é atravessada por dois rios que lhe dão o nome: Alcoa e Baça, que aqui originam o Alcobaça. Alcoa é atravessado por uma pequena ponte e nas suas margens ouve-se o marulhar das águas correndo por entre dois paredões que lhe estreitam o leito. As casas têm varandas e janelas debruçadas sobre o rio e de noite poder-se-ia imaginar que se trataria de Veneza, opinião de quem a conhece apenas de filmes, como em Morte em Veneza, de Visconti. ou de O Perfume do Dinheiro, de Joseph L. Mankiewicz.
No rio Baça, no centro da povoação, vê-se a roda duma antiga azenha, que já não é movida pelo correr das águas, cujo edifício agora é ocupado por uma loja de electrodomésticos, a TELE RIO. (Notas de Viagem, 1997.10.31)
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Uma Photographia por si só vale por mil palavras?