De Fátima recordava-me do chão enlameado e da Capela das Aparições. A Basílica é bonita. Vi também os moinhos de vento, mas só de longe. (NSF - 1963.09.04)
Domingo fomos até à Ericeira. A povoação não tem já a beleza e o pitoresco que nela se via. Prédios incaracterísticos ("É o progresso", comentava me a Irene [Pacheco]), ocupados pelos veraneantes, destroem a beleza e harmonia de que ainda vão sobrevivendo testemunhos. Café, cinema, praia, passeios, são o entretenimento dos "estrangeiros", cujo falar parecia mesmo uma chilreada no pequeno largo, cujos bancos e espaço enchiam com a sua presença. A estrada até à povoação é muito estreita e atravessa algumas povoações, todas elas vitimas do "progresso", como se o progresso fosse a construção de casas de mau-gosto atroz; havia muitos moinhos, a maioria branquinhos e funcionando, contrariamente ao que sucede no Alentejo. (1973.09.19)
Palmela é terra de muitos moinhos, alguns funcionando, na crista das serras do Louro e dos Barris, e das vistas deslumbrantes até aos confins do horizonte. (Memórias de Viagem, 1997)
A parte antiga do Barreiro possui um passeio arborizado ao longo do rio Tejo, com arruamentos em quadrícula. As três igrejas antigas concentram-se à beira-rio (N. Sra do Rosário, Misericórdia e Santa Cruz), onde também existem uma praia fluvial, poluída, os moinhos de vento da Alburrica, um deles acentuadamente cónico (naquele onde funciona uma Ludoteca), e moinhos de maré, que são testemunhos de processos de fabrico que pertencem ao passado. Avenida Alfredo da Silva, fundador da CUF (Quimigal) é uma importante artéria onde se concentra variado comércio, com um jardim. O edifício da Câmara é pobre, com vitral na escadaria. Junto ao rio Tejo um dédalo de linhas férreas, com Lisboa na outra margem. (Memórias de Viagem, 1997)
A mata cavalos fomos do Mindelo a Valença do Minho, regressando pelo interior, de manhã até pela noite dentro. Passamos pelos moinhos, de pedra não caiada, mata e praia da Apúlia - terra de sargaço e sargaceiros, é uma praia de areia fina, atravessamos Ofir, povoação bonitinha na margem do Rio Cávado, passamos por Esposende, . (Memórias de Viagem, 1997.08.21)
Chove desalmadamente na noite em que vamos a S. Martinho do Porto, em baia conchiforme que figura num azulejo à entrada da povoação, em curva apertada onde não se pode parar o carro, pelo que sigo caminho. A chuva não convida a passeios pedestres e da povoação retenho as ruas molhadas, a iluminação, as casas ao longo da baia e outras pela encosta acima. De dia noto quer os cabeços das colinas em volta estão cobertos de moinhos, muitos com ar de abandono. (Notas de Viagem, 1997.10.26)
Praia (da Nazaré) - Quem entra na Nazaré vê a sua atenção desperta na Marginal por inúmeras lojas com estendais à porta e pelos passeios ostentando roupa e louça artesanais, estando do outro lado a praia comprida. A povoação, mais nova que o Sítio e a Pederneira, desevolida a partir do século XVIII, é uma malha ortogonal subindo suavemente pela encosta. As ruas são estreitas e as casas brancas, conversando com as mulheres à soleira das portas, com um falar próprio, estilo algaraviada arrastada e cantada. (…) Há duas praças principais, onde ficam as esplanadas, e as ruas nesta parte velha ostentam nomes como o Beco do Moinho. Na rua da Subvila há muito comércio e por toda a povoação as brancas casas apresentam um ar cuidado. (Notas de Viagem, 1997.10.31)
Dado o adiantado da hora é difícil encontrar onde jantar, [em Sobral do Monte Agraço] pelo que regressamos ao restaurante O Ferrador, [em Sapataria], cujos donos nos contam curiosidades da terra, como sejam a origem do seu nome, derivado dali se fabricar o calçado para a tropa. Do terraço da casa mostram nos o Monte do Moinho do Céu, de que se distingue o piscar das luzes para a navegação aérea. .(Notas de viagem, 1998.01.--)
De Inverno o dia escurece rapidamente e as últimas fotografias em Serra d’El Rey são já feitas ao anoitecer. (...) O adiantado do escurecer impede-nos de apreciar as belas paisagens em redor, tendo como limite o mar e o horizonte longínquo. (...) Pelos arredores alguns moinhos, um dos quais fotografo já com o sol a pôr-se para lá dele, num retrato pouco conseguido.
A caminho de Atouguia da Baleia, próximo objectivo, em Coimbrã uma placa indica a existência dum cruzeiro, pelo que toca a fazer uma inversão de marcha para um pequeno desvio, acabando por encontrar um cruzeiro manuelino, num recanto ajardinado, com palmeiras, flores e arbustos, sob um coberto; o cruzeiro apresenta numa das faces Cristo na Cruz e na outra, morto, nos braços da Mãe. Dentro da povoação um moinho bem conservado, da Senhora da Memória. Que memórias são estas não consigo saber desta vez. (Notas de Viagem, 1997.12.05 e 1998.02.23)(Notas de Viagens 1997.12.05 e 1998.02.23)
Os campos em redor estão cultivados. De Leceia, no alto do monte, a Barcarena, lá em baixo no vale, junto à ribeira, é um pulo pela rua Marquês de Pombal. Na encosta, junto à estrada, avista se o corpo central dum moinho de vento transformado em miradouro, com parapeito no lugar do telhado. De Leceia avista-se até longe, até Laveiras e ao Hospital Prisional de Caxias. Em Leceia situam-se ruínas pré-históricas duma povoação fortificada. (Notas de Viagem, 1997)
Existe em Barcarena uma capela cujo orago ´S. Sebastião, protector dos doentes da peste e dos artilheiros Presume-se que o templo resulte da adaptação dum antigo moinho de vento, ao qual se anexou uma pequena nave. Não é conhecida a data de construção da capela, mas uma das pedras tumulares no seu interior regista a data de 1599. O templo foi reconstruído no éculo XVIII. (Notas de Viagens, 2020)
Dos pontos mais altos avistam-se os campos, cabeços e povoações nos arredores, designadamente do lugar dos Moinhos da Usseira. Uma placa indica uma estrada secundária, mas chegado à povoação ninguém sabe onde fica a nascente ou mãe de água do aqueduto. Resta a visita à aldeia, longilínea, com casas arruinadas, um moinho de vento caiado e conservando ainda a estrutura das velas, vinhedos pelos campos. (Notas de Viagem, 1998.01.14 e 1998.02.07)
Da Foz do Arelho, nas terras da Rainha, a S. Martinho do Porto, nas terras do Mosteiro de que foi granja, podemos seguir pelo cume da Serra do Bouro, cuja altitude é de apenas 162 m, sobranceiro ao mar, primeiro caracterizada por ser ventosa, com vegetação rasteira, inóspita, que vai dando lugar a arvoredo à medida que nos aproximamos de S. Martinho. Não obstante o deserto, na encosta norte até ao vale existem alguns casais, como o de Celão e o das Cidades, de ruas ingremes, estreitas e casas arruinadas. Alguns moinhos estão reconvertidos em residências. No Cabeço da Vela, à berma da estrada, uma enorme eira, reconstruida recentemente. (Notas de Viagens, 1998.02.09 e 24)
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Uma Photographia por si só vale por mil palavras?