* Victor Nogueira
Rio Cuanza O seu caudal esta muito reduzido e o leito em grande parte está seco. Ao pé da ponte há diversos rápidos. O Cuanza nasce no planalto do Bié, desaguando ao sul de Luanda. Tem um percurso de 1000 km, 258 dos quais navegáveis, incluindo o seu afluente Lucala.
O Rio Cuanza tem um grande valor económico. No Cuanza médio encontra-se a barragem de Cambambe. No rio Lucala encontram-se as célebres Quedas do Duque de Bragança (100 m de altura) (Diário III, 1962.09.14)
11:10 Cambambe
Passámos perto de Cambambe, onde se encontram as ruínas da povoação do século XVI, e a barragem. Entrámos na EN nº 5.
11:25 Tornámos a avistar Cambambe. Seguimos na EN nº 3, que segue até Luanda. As ruínas de Cambambe são constituídas pela antiga Igreja de N. Sra do Rosário, resto das muralhas e fosso da fortaleza, e ruínas de outros edifícios. Está bastante calor. (in De Nova Lisboa a Luanda, por terra – Relato I - 1962 09 13)
Saímos de Luanda às 4
horas da madrugada, tendo regressado às 22 horas. Passámos por Viana, Catete,
Maria Teresa, Dondo, etc. Almoçámos na cantina da barragem. No Dondo parámos.
Fui à capela de lá.
Atravessámos vários
rios: Cuanza, Lucala e outros. Visitámos a barragem. As ruínas da antiga
povoação [de Cambambe] estão cobertas de capim. (Diário 1962.06.17)
(Diário III pags 133/134)
As ruínas de Cambambe são constituídas pela antiga Igreja de N. Sra do Rosário, resto das muralhas e fosso da fortaleza, e ruínas de outros edifícios. ([2])
Dentro de Cambambe há
um bairro, com casas modernas e arvoredo. O terreno é acidentado e há uma
pousada. Há um cinema, com bilhetes a 50$00, às 5ªs e domingos.
Visitámos a barragem,
cujas turbinas giram a 230 rotações por minuto. A 1ª fase da construção está
concluída. O rio passa a um nível superior ao das turbinas. A água sai pelo
descarregador com uma força
impressionante, oferecendo um aspecto maravilhoso. (Diário III, 1962.09.14) ([3])
[1]
- in Batalha, Fernando – Povoações históricas de Angola, Livros Horizonte
Lisboa, 2008
[2] - A construção do forte Foi iniciada em fins de 1602 por determinação do capitão-general da Capitania-Geral do Reino de Angola, Manuel Cerveira Pereira (1603-1606, 1615-1617), no contexto da penetração e conquista do interior do território angolano pela via do rio Cuanza, o maior do país, assegurando a defesa do presídio (estabelecimento de colonização militar) então fundado.
A ocupação da região das
serras de Cambambe custou muito aos Portugueses, em virtude da resistência
oferecida pelos nativos à conquista europeia. Além de materializar a presença
militar Portuguesa, o presídio constituiu-se num ativo entreposto de
mercadorias e de escravos capturados na região, aguardando pelo seu transporte
para o continente Americano.
(in http://fortalezas.org/index.php?ct=fortaleza&id_fortaleza=505&muda_idioma=PT )
[3]
- Ambaca, Cambambe, Massangano, Muxima
e Pungo Andongo foram os grandes
presídios angolanos: foi neles que de afirmou o domínio Português quando os
Neerlandeses dominaram o litoral no século XVII. Dotados de guarnições
militares, constituíam as circunscrições administrativas fundamentais do
território, sendo chefiados por capitães-mores nomeados pela Coroa ou por
regentes, designados pelo Governador-geral. A partir deles desenvolveu-se a
penetração comercial, religiosa e política no território; deles partiam as
expedições militares e neles buscavam refúgio os colonos em caso de maior
perigo. ("Presídios de Angola", in SERRÃO, Joel (dir.). "Dicionário de História de Portugal (4 vols.)".
Lisboa: Iniciativas Editoriais, 1971. Vol. III, p. 474-475.)
[4]
In https://www.researchgate.net/figure/Fortaleza-e-Iglesia-de-Cambambe-S-xvii-Cambambe-Angola-Fuente_fig2_317757111
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