* Victor Nogueira
Pertenceu Azeitão ao Concelho de Sesimbra, numa relação tumultuosa até que conquistou autonomia em 1759, na sequencia do banimento dos Duques de Aveiro por implicação no atentado a D. José I, ocorrido no ano anterior. O município de Azeitão foi extinto em 1855, na sequência das Revoluções Liberais, sedo integrado no de Setúbal.
«O Concelho de Vila Fresca de Azeitão foi criado por decreto de 5 de Dezembro de 1759, sendo posteriormente transferida a sua sede para a Aldeia Nogueira de Azeitão em 1785, por ordem de D. Maria I. Desta dupla reforma resultou a construção do pelourinho, obra de fuste cilíndrico, liso, assente em base de moldura redonda com soco de quatro degraus e encimado por um capitel sobre o qual assenta uma urna e a esfera armilar em ferro. De acordo com inscrição no topo de fuste - : "Fidelissima Regina D. Maria I Imperante Senatus erexit anno 1786" – pode concluir-se que a construção deveu-se ao Senado da Câmara, contra uma opinião lendária que consagra a um movimento popular a transferência do pelourinho da anterior freguesia de S- Lourenço (CALADO, 1995 p.42)
O pelourinho que podemos observar
no Rossio (actual Praça da República) é uma reconstrução da segunda metade do
século XX, uma vez que já em 1955 desconheciam-se os elementos originais
(BONIFÁCIO, 1955) » (PAF – DGPC)
«O município de Azeitão foi extinto a 24 de outubro de 1855 e integrado no de Setúbal. É formada pelas antigas freguesias de Azeitão (São Lourenço e São Simão), mais conhecidas pelas designações de Vila Nogueira de Azeitão, Brejos de Azeitão, Vendas de Azeitão e Vila Fresca de Azeitão. Partilham o nome "de Azeitão", graças aos extensos olivais que, na época árabe, dominaram aquelas paragens.
As terras de Azeitão corporizadas por estas duas antigas freguesias, agora unificadas, foram desde a fundação do Reino de Portugal parte integrante do Município de Sesimbra e reportadamente as mais ricas do respetivo termo. As aspirações à separação de Sesimbra e auto-determinação municipal são tão antigas como a sua própria história.
Se a convivência com Sesimbra foi sempre agreste e rancorosa (sendo por exemplo, "os habitantes de Azeitão obrigados a irem fazer a venda dos seus produtos a Sesimbra e a terem de lá ir fazer guarda"), há que salientar as dificuldades que a vila de Setúbal lhe criou em 1310, obrigando-a a vender aí os vinhos que produzia somente por via marítima, o que era muito dispendioso.
Em 12 de Março de 1366, D. Pedro I outorgou-lhe então uma Carta Régia de que vieram a beneficiar todos os habitantes da povoação, que assim passaram a dispor de um tribunal próprio e a ficarem isentos de muitas funcões que a sede do concelho até então lhes impunha. As determinações de D. Pedro levantariam, no entanto, alguns "queixumes da parte dos de Sesimbra"
(…) A História repete-se e, na época, tal como hoje, a sede de concelho opunha-se intransigentemente à emancipação de uma parte valiosa do seu município; segundo a resenha histórica da actual Junta de Freguesia de São Lourenço, as autoridades de Sesimbra estavam cientes de que “com a independência de Azeitão, Sesimbra morreria pouco a pouco”. Por isso, tentavam contrariar os privilégios autonomistas que os Reis concediam a Azeitão.
Inevitável embora tardiamente Azeitão consegue a sua municipalidade em 5 de Dezembro de 1759, embora durante alguns anos a sede estivesse colocada em Vila Fresca por motivos políticos, sendo só definitiva e justamente estabelecida em Vila Nogueira a 6 de Agosto de 1786.» (Wikipedia)
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