* Victor Nogueira
2021 11 06 Foto victor nogueira - Setúbal - Convento da Boa Hora e cruzeiro
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2020 11 06 foto vicror nogueira - jerico pastando em Chãos de Aljubarrota
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Mindelo 2019.11.06 - auto-retrato monástico, sem que se vislumbre qualquer Penélope no horizonte. Carago, está um frio do caraças, gelidamente envolvente e cortante, o cansaço infiltrando-se por todos os poros.
Tudo está cinzentonho, os sonhos transformado em pesadelos, como tecida teia que não ateia nem incendeia, não aquece mas arrefece, o tempo, o corpo e a alma.
Fernando Pessoa - Do vale à montanha
Do vale à montanha,
Da montanha ao monte,
Cavalo de sombra,
Cavaleiro monge,
Por casas, por prados,
Por quinta e por fonte,
Caminhais aliados.
Do vale à montanha,
Da montanha ao monte,
Cavalo de sombra,
Cavaleiro monge,
Por penhascos pretos,
Atrás e defronte,
Caminhais secretos.
Do vale à montanha,
Da montanha ao monte,
Cavalo de sombra,
Cavaleiro monge,
Por plainos desertos
Sem ter horizontes,
Caminhais libertos.
Do vale à montanha,
Da montanha ao monte,
Cavalo de sombra,
Cavaleiro monge,
Por ínvios caminhos,
Por rios sem ponte,
Caminhais sozinhos.
Do vale à montanha,
Da montanha ao monte
Cavalo de sombra,
Cavaleiro monge,
Por quanto é sem fim,
Sem ninguém que o conte,
Caminhais em mim.
24-10-1932
Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995).
- 146.
2018 11 06 Foto 'à la minuta' - (pormenor) - no Santuário do Bom Jesus de Braga em 1963.07.06
2016 11 06 foto victor nogueira - De quantas roupagens e de quantos espelhos se veste o amor?
VER textos em 6 de novembro
2015 11 06 foto victor nogueira e um poema de Pablo Neruda
“É assim que te quero, amor,
assim, amor, é que eu gosto de ti,
tal como te vestes
e como arranjas
os cabelos e como
a tua boca sorri,
ágil como a água
da fonte sobre as pedras puras,
é assim que te quero, amada,
Ao pão não peço que me ensine,
mas antes que não me falte
em cada dia que passa.
Da luz nada sei, nem donde
vem nem para onde vai,
apenas quero que a luz alumie,
e também não peço à noite explicações,
espero-a e envolve-me,
e assim tu pão e luz
e sombra és.
Chegastes à minha vida
com o que trazias,
feita
de luz e pão e sombra, eu te esperava,
e é assim que preciso de ti,
assim que te amo,
e os que amanhã quiserem ouvir
o que não lhes direi, que o leiam aqui
e retrocedam hoje porque é cedo
para tais argumentos.
Amanhã dar-lhes-emos apenas
uma folha da árvore do nosso amor, uma folha
que há de cair sobre a terra
como se a tivessem produzido os nossos lábios,
como um beijo caído
das nossas alturas invencíveis
para mostrar o fogo e a ternura
de um amor verdadeiro.”
2014 11 06 foto de família - picnic em Luanda - cerca de 1960
Á esquerda em pé o meu pai e ao lado o meu tio José João. Em terra, em 1º plano, o meu irmão e o escriba. Não estando a minha mãe, a fotógrafa deve ter sido ela.
As carrinhas eram de caixa aberta, com uma grade atrás das cabines, como se vê na foto. Um dos prazeres da miudagem era viajarmos na caixa, de pé. agarrados à grelha, com o vento a bater no rosto.
Era costume usar-se a camisa por fora das calças ou dos calções. Tal prática era proibida no liceu, onde por essa altura o contínuo me tentou impedir a entrada, apesar de lhe dizer que as balalaicas ou camisas casaco (com bolsos de chapa por altura da cintura) não se enfiavam por dentro dos calções. Depois duma acesa argumentação lá o consegui convencer e deixou-me entrar.
Nos idos de 1966 em Lisboa ainda usava balalaicas, no Verão, peça de vestuário muito comum entre os que regressaram das colónias depois de Abril, como o meu pai, o ,meu tio e muitos outros.
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Uma Photographia por si só vale por mil palavras?