Estes são dois dos fotógrafos da família - o Manuel e o Zeca Jones. que registaram muitas cenas e acontecimentos, especialmente da família, mas não só.
O José João, no seu início em Luanda, registava os parâmetros das fotos e anotava no verso, mas com o correr dos anos deixou-se disso, pelo que muitas vezes é tarefa mais ou menos árdua identificar os locais em que foram tiradas as imagens. Também no início .tinha um pequeno laboratório fotográfico, onde revelava as fotos, a preto e branco.
Enquanto o José João era rápido a fotografar, algumas instantaneamente, o Manuel, para as fotos de grupo em que ele também queria figurar, armava o estendal no tripé, em complicados preparativos, que impacientavam as "vítimas" em prolongadas esperas, como se vê na segunda imagem..
Outrora em Luanda os estúdios fotográficos só revelavam fotos a preto e branco. As fotos coloridas, incluindo diapositivos, da Kodak e da Agfa, para revelação tinham de ser enviados para a Europa, creio que Alemanha, por correio. Os rolos com negativos eram depois devolvidos em caixinhas cilíndricas de alumínio e, posteriormente, de plástico, com o nome da marca fotográfica, de que conservo alguns no meu pequeno museu de antiguidades e velharias.
Por vezes eu e o José João fotografávamo-nos em simultâneo e mutuamente, como mostra a foto da direita.
Para além destes, merecem referência como fotógrafos na família o meu bisavô Castro, o meu avô Luís, o meu tio avô Jorge, o meu irmão Zé Luís a minha mãe e os meus filhos Susana e Rui Pedro. sem esquecer a navegadora, anotadora, ajudante de fotógrafo e script girl Fátima, durante anos companheira de vida e viagens em Portugal de lés a lés, por mim convertida à 8ª arte.
Naqueles tempos da fotografia analógica, o suporte era de papel. Escolhiam-se as fotos que eram para partilha, encomendavam-se as cópias numa casa fotográfica e entregavam-se pessoalmente ou pelo correio à família ou aos amigos, neste último caso exigindo a deslocação a uma estação dos CTT para expedir a encomenda. Ou mostravam-se as fotos em suporte de papel aos amigos ou família ou aos colegas de trabalho, se e quando fosse caso disso.
O advento da fotografia digital desmaterializou e despersonalizou estes ritos e gestos. Paradoxalmente, num mundo virtual e de correio electrónico instantâneo, ao alcance dum simples "clic", a partilha é feita anodinamente na internet, nas redes sociais, blogs ou sites. Sem que haja na maioria dos casos o "clic", gesto atencioso embora virtual de compartilhar e de entregar pessoalmente, quer por correio electrónico, quer por chat, como o Messenger.
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Uma Photographia por si só vale por mil palavras?