segunda-feira, 16 de outubro de 2017

à Beira Tejo, em terra de Avieiros

* Victor Nogueira

Num breve intervalo das suas guerras contra moinhos de vento regressou pois Ulisses a Ítaca e Penélope foi mostrar-lhe os mouchões fluviais, as calmas, serenas e repousantes águas esverdeadas em milhentas pequenas ondulações,.as árvores esquálidas no horizonte e, deste lado, as embarcações miniaturais dos pescadores e as suas casas de apetrechos, como as dos pescadores em Vila Chã (Vila do Conde) ou dos salineiros em Rio Maior. Já não vivem os pescadores da beira-Tejo em cabanas miseráveis e um enorme espaço verde, algo ressequido, bordeja o rio das Tágides. Alhandra e Alverca estão no horizonte, mas essa é uma rota ou percurso no futuro

Estão pois Penélope, os cabelos esvoaçando com a brisa, e Ulisses à beira-rio, num tempo escasso que breve se esvai na ampulheta. Na beira-rio de avieiros e mouchões,  que redes entretecem e entretelam a bela Penélope e Ulisses? Penélope em roda-viva e Ulisses no cais, como está João Baptista Cansado da Guerra.

Contrariando as previsões meteorológicas, o dia não esteve chuvoso, mas sim de elevada hlnidde relativa, abafado, com o suor goticular a flor da pele, sem evaporação.

















fotos em 2017.10.16

"... Incerto o pão na sua praia, só certa a morte no mar que os leva, eles partem. Da Vieira de Leiria vêm ao Ribatejo. Aqui labutam. Alguns voltam ainda, roídos das saudades do seu Mar. Muitos ficam. Avieiros lhes chamam na Borda de Água... (Avieiros, romance de Alves Redol)
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Sobre os avieiros ver

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