O Palácio e as Quintas do Marquês envolventes já foram objecto de publicações num dos meus blogs. (1). O objectivo da presente visita foi o interior do Palácio do Marquês de Pombal. É possível visitar a maioria das suas dependências que não estão mobiladas pois o seu recheio foi leiloado pelos descendentes do Marquês em 1939, quando alienaram a propriedade com seus jardins.
Rua Desembargador Faria
Palácio do Marquês
Ribeira da Laje
Palácio
cavalariças
átrio
Area onde eram recebidos e encaminhados os convidados da
casa. Um destaque para a azulejaria barroca e para o aparatoso
Fogão de Sala, uma notável peça de mobiliário francês, séc.
XIX, da Maison Fourdinois que, após restauro, integra o
património móvel do municipio.
lareira no átrio
salão nobre
Espaço nobre do primitivo solar, destinado, no período
pombalino, para a sociabilidade da casa. Era conhecido como
Casa ou Grande Sala Chinesa, decorado ao gosto oriental, tanto
no mobiliário, como no papel que forrava as paredes deste salão,
mediando os painéis de azulejos barrocos e o estuque do tecto,
numa profusão de cores e texturas.
vista para os jardins
Capela de N. Sra das Mercês
E a partir desta capela que o antigo solar se expande e se articula
com o edifício pombalino, mais cómodo, moderno e elegante,
adequado às novas exigências e modas da segunda metade de
setecentos. Dedicado à padroeira da família Carvalho - Na S" das
Mercês - este espaço constitui o centro social e espiritual da
Quinta.
Sala do Dossel
Sala voltada a poente e defronte da Cascata Nobre ou dos Poetas
onde a luz desempenha um papel fundamental no realce dos
azulejos. Espaço do quotidiano familiar, merece destaque a
mitológica do tecto - Caçada ao Javali de Cálidon.
Sala da Concórdia
No corpo pombalino também foi concebido um local de espera e
de articulação com os vários espaços do palácio. Sala com a
representação no medalhão central dos três obreiros deste
projecto agrícola e de recreio. Aqui a estuque exibe a sua plenitude
de cores e técnicas, resultando num notável trabalho de fingidos
Os azulejos apresentam cenas marinhas, reforçando a
importância que o comércio marítimo assumiu na governação do
Marquês de Pombal.
Sala dos Reis
Sala virada a nascente, denominada por apresentar a série dos
reis de Portugal. De realçar neste compartimento a única janela de
sacada da fachada do edifício, que no exterior, no topo, ostenta o
brasão da Casa, e no piso térreo o acesso ao edifício do
quotidiano familiar. Janela voltada para o eixo principal da vila,
numa clara afirmação do poder do Senhor de Oeiras.
vista da janela de sacada
Sala da Música
Todas as casas aristocráticas desta época reservavam um espaço
para a música. Tocar, cantar e dançar eram momentos importantes
das vivências e do quotidiano destas casas, conforme nos
documentam as várias cenas dos azulejos e do próprio estuque
do tecto.
Casa de Jantar
Todo um conjunto de divisões dedicadas às refeições, uma
novidade desta época, assim como a água a dominar a Casa do
Jantar: duas elegantes bicas e duas esculturas, de Machado de
Castro, representam o mito de Alfeu e Aretusa. Aqui os azulejos
convidam aos sabores da época.
Terraço das Araucárias
O piso térreo, dedicado às refeições, abre-se plenamente ao
exterior. Neste terraço, dominado por duas gigantescas araucárias
(plantadas posteriormente). destaque para a fachada da casa, que
se encontra elegantemente adornada, nomeadamente com a
representação dos 4 elementos da natureza e a estatuária que
orienta o nosso olhar e nos convida a um passeio pelo jardim.
acesso entre o Terraço das Araucárias e os Jardins
uma visita aos Jardins em (1) entre eros e afrodite 24 - cartas a Penélope 10
http://aoescorrerdapena.blogspot.pt/2014/07/entre-eros-e-afrodite-24-cartas.html
Palácio do Marquês de Pombal
O Palácio dos Marqueses de Pombal (PMP), parte integrante da antiga Quinta de Recreio da Casa Pombal, foi edificado no século XVIII, junto à Ribeira da Laje e no centro histórico de Oeiras, constituindo um património cultural de grande valor histórico, arquitetónico, artístico e paisagístico, que é propriedade do Município de Oeiras.
A singularidade deste edifício, bem como dos seus jardins e terraços envolventes, entre os quais se destaca a denominada Casa da Pesca e a Cascata, estas localizadas na Quinta de Cima, conduziram à sua classificação em 1940 como Monumento Nacional, classificação esta que perdura por força do disposto no Decreto n.º 39 175, publicado no Diário do Governo, 1ª série, n.º 77, de 17 de Abril de 1953.
O Palácio dos Marqueses de Pombal permanece como um testemunho da personalidade de Sebastião José de Carvalho e Melo, que pretendeu transformar toda esta área num espaço cultural de cariz profano, interligando num mesmo programa casa e jardins (LEITE; 1988, pp. 115, 200-201).
É na segunda metade do século XVIII que os edifícios, até então existentes na quinta, são objeto de profundas alterações e ampliações, associadas a uma campanha decorativa (azulejaria, estuques, frescos, conjuntos escultóricos) determinante para a valorização como Monumento Nacional do Palácio e Jardins dos Marqueses de Pombal.
No mesmo período, para além da intervenção “monumental”, o Marquês de Pombal e Conde de Oeiras leva a cabo uma exemplar estruturação funcional da sua propriedade, sustentada por um plano global integrador, o que viria a fundamentar o processo em curso para a classificação patrimonial do conjunto restante da quinta.
Sebastião José de Carvalho e Melo pretendeu criar, não apenas mais uma quinta de recreio nos arredores de Lisboa que servisse os seus interesses culturais e eruditos, mas também uma exploração agrícola modelo (MATOS, 1989, pp. 367-369).
Tratando-se de um dos mais importantes testemunhos da herança Pombalina, a sua fruição pelo público em geral é um imperativo cultural, histórico e estratégico do Município pretendendo afirmar a vivência da época pombalina como um distintivo turístico-cultural diferenciador do território concelhio.
Quinta de recreio da família Pombal, formada através da incorporação de vários casais e quintas, instala-se junto à Ribeira da Lage, ocupando uma área de terrenos férteis.
No seu traçado inicial, esta quinta obedecia a um conceito de geometrismo rigoroso, articulando as componentes recreativa (jardins e mata) e lucrativa (a propriedade rural). Ergue-se numa situação estratégica em relação ao casario do núcleo antigo de Oeiras. A entrada principal do palácio é feita por um amplo terreiro onde se situa o edifício da Câmara Municipal, o Pelourinho e um grande chafariz.
A sua construção situa-se na segunda metade do século XVIII e é um projecto de Carlos Mardel, arquitecto húngaro que teve um papel privilegiado na reconstrução pombalina de Lisboa.
O interior do palácio apresenta um dos melhores conjuntos decorativos do período pombalino, em especial de estuques e azulejos, apesar de já nada possuir do recheio original, leiloado pela família Pombal em 1939 e, desde então, disperso. Só o célebre retrato do Marquês, pintado em França por Joseph Vernet e Van Loo, se encontra hoje na Câmara Municipal de Oeiras. Salientam-se o Salão Nobre, as Salas de Diana, da Música, da Concórdia, com a célebre pintura de Joana do Salitre, das Industrias e dos Ofícios, áreas onde predominam os estuques rococó, onde alternam os painéis figurativos e as finas composições ornamentais da oficina do escultor milanês João Grossi, um dos grandes escultores da época pombalina.
Na capela terminada no ano de 1762, destacam-se as telas dos três altares, pintadas por André Gonçalves, os notáveis estuques escultóricos e, especialmente, a estrutura perspectivada da abóbada de azulejos figurativos.
Nas costas do palácio desenvolvem-se espaços, decorados com estátuas e bustos de mármore, muretes e escadarias revestidas de azulejos. Nos jardins, atravessados pela ribeira da Lage, merecem destaque a Cascata dos Poetas com excelentes bustos de autoria de Machado Castro, o conjunto do edifício dos lagares, e a adega.
Os jardins deste palácio são representativos da arte do paisagismo em Portugal, apresentando uma concepção do século XVIII europeu, mas mantendo-se no entanto, e apesar de tudo, fiel a uma tradição portuguesa que produz a partir do século XVI as Quintas de Regalo.
As propriedades que o Marquês de Pombal possuía em Oeiras englobavam oito olivais, cuja colheita era transformada no Lagar de Azeite. Em demasiada quantidade para ser exclusivamente destinado ao consumo próprio, seria provavelmente vendido em Lisboa ou até exportado. O lagar foi completamente abandonado e funcionou alguns anos como sala de arrumações. A sua recuperação que decorreu entre 1989/90 consistiu em compor elementos que se encontravam semi-destruídos. Na época foram recuperados alguns elementos arquitectónicos, assim como instrumentos destinados à produção de azeite.
http://www.cm-oeiras.pt/voeiras/Turismo/MonLugHist/Paginas/PalacioseQuintas.aspx
Legendas das fotografias em desdobrável guia do Palácio, editado pela CMO
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Uma Photographia por si só vale por mil palavras?