sábado, 29 de agosto de 2015

floreandando

* Victor Nogueira



Duas ou três das roseiras ainda florescem e as granjas ou hortênsias secas estão. Nos dias cinzentos e chuvinhentos as dálias viram as corolas para o chão, como que alquebradas, arrebitando e erguendo as hastes com a soalheira. Em dias ventosos as perpétuas ficam de rojo, soerguendo-se com o bom tempo. Os malmequeres brancos sobressaem entre a folhagem verde mas não adianta desfolhá-los em busca de Penélopes ou Miquelinas.



Para lá da janela desta sala e do muro mais além - ainda sem espigas formadas que se distingam daqui - o milheiral  matiza-se de variados verdes desde o baço e mortiço ao dourado,de acordo com a luminosidade dos dias.



















Oh, malmequer mentiroso!
Quem te ensinou a mentir?
Tu dizes que me quer bem
Quem de mim anda a fugir!

Desfolhei o malmequer
No lindo jardim de Santarém!
Malmequer, bem-me-quer,
Muito longe está quem me quer bem!

Um malmequer pequenino
Disse um dia à linda rosa:
Por te chamarem rainha,
não sejas tão orgulhosa!

Malmequer não é constante,
Malmequer muito varia!
Vinte folhas dizem morte
Treze dizem alegria!

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