sábado, 8 de novembro de 2025

(31) Os Moinhos e os Moleiros na Literatura Portuguesa e Universal







* Victor Nogueira

 "Encarreguei" o chatGPT de fundir num único texto as duas publicações indicadas no final, sendo este o resultado obtido:

Os moinhos e os moleiros na literatura portuguesa e universal

Desde tempos remotos, o moinho acompanha o ser humano como engenho de sobrevivência, símbolo de trabalho e presença poética. Movido pelo vento, pela água ou pelas marés, representa a tentativa do homem de dominar a natureza e transformá-la em pão, energia e vida. O moleiro, guardião desse engenho, situa-se na fronteira entre o humano e o natural, o quotidiano e o mítico, sendo figura constante na literatura portuguesa e europeia. Tanto como símbolo da persistência e humildade do trabalho quanto como personagem de sonho, memória e destino, o moleiro encarna a relação do homem com a natureza e com o tempo.


Os moinhos na literatura portuguesa

Em Portugal, os moinhos surgem predominantemente como elementos de cenário que evocam o ambiente rural, a tradição e a nostalgia, raramente assumindo papel central como ocorre no célebre episódio dos moinhos em Don Quijote de la Mancha de Miguel de Cervantes. No Realismo e Regionalismo, especialmente, eles enriquecem a descrição do meio rural e ajudam a construir a identidade local, servindo de pano de fundo para encontros, intrigas e retratos de vida simples.

Funções literárias dos moinhos

  • Pano de fundo etnográfico: em Camilo Castelo Branco ou Júlio Dinis, os moinhos e os moleiros integram a paisagem rural, reforçando a verosimilhança social e o colorido local.

  • Símbolo do tempo e da vida: o movimento incessante das velas e rodas simboliza o ciclo da vida e o labor contínuo do homem rural.

  • Identidade regional: no Alentejo, Ribatejo ou Beira, os moinhos marcam a paisagem e a tradição de cada região.

  • Poesia e canto popular: na poesia lírica e na tradição oral, moinhos e moleiros surgem associados ao amor, à saudade e à memória da vida rural.

Exemplos na literatura portuguesa

Embora presentes e simbólicos, os moinhos raramente ocupam papel protagonista na literatura portuguesa, contrastando com episódios emblemáticos da literatura universal.


O moinho e o moleiro na literatura universal

O moinho tem significado transversal na cultura europeia, assumindo conotações de utopia, nostalgia, destino e conflito com a natureza. O moleiro é uma das personagens rurais mais antigas, variando entre herói moral, trabalhador humilde, figura trágica ou contemplativa.

Exemplos notáveis

  • Don Quijote de la Mancha (Miguel de Cervantes, 1605–1615): os moinhos de vento simbolizam a luta ilusória contra forças imaginárias.

  • The Mill on the Floss (George Eliot, 1860): o moinho centra o destino trágico de Maggie Tulliver, representando o fluxo do tempo e a relação do homem com o rio.

  • Lettres de mon moulin (Alphonse Daudet, 1869): o moinho como lar poético e observatório da vida rural.

  • Der Schimmelreiter (Theodor Storm, 1888): o engenheiro enfrenta a natureza, e o moinho simboliza a audácia humana e a inevitável derrota.

  • Il Mulino (Giovanni Verga, 1883): o moleiro siciliano confronta a miséria, refletindo o verismo trágico.

  • Die schöne Müllerin (Wilhelm Müller, 1823): ciclo de poemas sobre aprendiz de moleiro, amor e tragédia romântica.


O moinho e o moleiro na literatura portuguesa moderna

Durante o Romantismo, o moinho surge como emblema do mundo rural e das virtudes do povo:

  • Almeida Garrett, O Moleiro de Santarém: balada popular com o moleiro como herói humilde.

  • Guerra Junqueiro, Os Moinhos: símbolo do labor humano e da presença divina nas tarefas cotidianas.

  • Teófilo Braga e Adolfo Coelho: o moleiro aparece em contos e lendas como figura popular astuta, muitas vezes confrontando o sobrenatural.

No Realismo e Naturalismo, o moinho adquire conotações de isolamento e decadência rural:

  • Júlio Dinis, As Pupilas do Senhor Reitor: cenário pitoresco com moleiro integrado na aldeia.

  • Fialho de Almeida, “O Moinho”: espaço de solidão e luta, moleiro figura trágica da vida no Alentejo.

No século XX, os moinhos e moleiros assumem valores de memória, destino e resistência:

  • Raul Brandão, Os Pescadores: moinhos de maré como metáfora da passagem do tempo.

  • Miguel Torga, “O Moleiro”: figura trágica e resistente à dureza da terra.

  • Tomaz de Figueiredo, Os Moinhos da Maré: o moleiro preso ao ritmo repetitivo da maré.

  • Sebastião da Gama, O Moleiro do Mar: trabalho do moleiro como poesia do quotidiano.

  • Aquilino Ribeiro, Quando os Lobos Uivam: moleiro como símbolo de autonomia e sabedoria.

  • Vergílio Ferreira, Manhã Submersa: evocação nostálgica do mundo rural perdido.


Conclusão

O moinho e o moleiro são símbolos universais do ciclo da vida e do esforço humano.
Na literatura portuguesa, predominam como cenário e metáfora do labor humilde, enaltecido pela poesia.
Na literatura universal, simbolizam a utopia, a luta contra o destino e a inexorabilidade da natureza.

O moinho, sempre em movimento, e o moleiro, entre o engenho e a contemplação, refletem a persistência, a memória e a esperança humanas — espelhos literários do esforço e da condição do homem perante o tempo e a natureza.


Referências bibliográficas

  • Almeida, Fialho de. Contos. Lisboa: Parceria António Maria Pereira, c.1890.

  • Brandão, Raul. Os Pescadores. Lisboa: Ática, 1923.

  • Cardoso Pires, José. O Delfim. Lisboa: Moraes, 1968.

  • Cervantes, Miguel de. Don Quijote de la Mancha. Madrid: Francisco de Robles, 1605–1615.

  • Daudet, Alphonse. Lettres de mon moulin. Paris: Hetzel, 1869.

  • Dinis, Júlio. As Pupilas do Senhor Reitor. Porto: 1867.

  • Eliot, George. The Mill on the Floss. Londres: Blackwood, 1860.

  • Figueiredo, Tomaz de. Contos Rústicos. Lisboa: Bertrand, 1946.

  • Gama, Sebastião da. Campo Aberto. Lisboa: Portugália, 1951.

  • Garrett, Almeida. Romanceiro. Lisboa: Imprensa Nacional, 1843–1851.

  • Junqueiro, Guerra. Os Simples. Porto: Magalhães & Moniz, 1892.

  • Müller, Wilhelm. Die schöne Müllerin. Leipzig: 1823.

  • Oliveira, Carlos de. Assobio para a Gata. Lisboa: Sá da Costa, 1943.

  • Redol, Alves. Gaibéus. Lisboa: Cosmos, 1939.

  • Ribeiro, Aquilino. Quando os Lobos Uivam. Lisboa: Bertrand, 1958.

  • Storm, Theodor. Der Schimmelreiter. Berlim: Paetel, 1888.

  • Torga, Miguel. Contos da Montanha. Coimbra: 1941.

  • Verga, Giovanni. Novelle rusticane. Milão: Treves, 1883.

  • Vergílio Ferreira. Manhã Submersa. Lisboa: Bertrand, 1954.

  • Braga, Teófilo e Coelho, Adolfo. Contos Tradicionais do Povo Português. Lisboa: 1883

 "Encarreguei"  o IA overview do Google   de indiar-me do me pesquisar o que nesta publicação  é o título   sendo o que a seguir trancrevo o resultado final apurado.    Restrito a literatura portuguesa, os seusresultados foram diferentes, embora omplemetares dde pesquisa semelhante do chat GPT.


Foto:s

O moleiro Joaquim das Neves   junto à antiga pousada de São Brás de Alporte

Azenhas no Rio Ave, junto a Ponte D. Zameiro,   que liga Bagunte e Macieira da Maia

CONTINUA EM 

Os moinhos na literatura portuguesa  

Os Moinhos e os Moleiros na Literatura Portuguesa e Unversal

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