* Victor Nogueira
O cemitério situa-se no lugar da antiga Quinta de Agramonte, mandada arrasar e queimar por D. Pedro IV durante a guerra entre liberais e absolutistas. Segundo Pinho Leal, este cemitério sucedeu a um para “irracionais”, partilhado a certa altura com os pobres falecidos no hospital.
O actual cemitério foi inaugurado em 1855, na zona ocidental da cidade, para acolher as vítimas duma epidemia de cólera. A sua capela foi edificada posteriormente, entre 1870 e 1874, segundo projecto do engenheiro Gustavo Adolfo Gonçalves, sendo a capela-mor alargada em 1906, sob a direcção do arquitecto José Marques da Silva (1869-1947). Em 1910 nela foram executadas pinturas de inspiração bizantina, da autoria do pintor italiano Silvestro Silvestri (m. 1925). Tal como no Cemitério do Prado do Repouso, em Agramonte coexistem os cemitérios privativos de três Ordens Religiosas: do Carmo, de São Francisco e da Trindade.
É notável a arte funerária, plasmada em monumentais mausoléus e nas esculturas de artistas célebres, como Soares do Reis e Teixeira Lopes.
Em memória das vítimas do incêndio no Teatro Baquet em 1888, construiu-se no Cemitério de Agramonte um mausoléu memorial. Trata-se de uma gigantesca arca com materiais pertencentes ao próprio edifício do Teatro Baquet, pedaços de ferro torcidos pelo fogo e uma enorme coroa de martírios também em ferro, simbolizando a morte das cerca de 120 vítimas.
Neste cemitério situa-se o jazigo em que estão sepultados os meus avós e tios maternos, com excepção de José Barroso, inumado no cemitério de Oeiras.
Cemitério privativo duma Ordem Religiosa
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