* Victor Nogueira
O pelourinho assenta em três amplos degraus circulares, de rebordo boleado, e de factura moderna. É constituído por base, coluna, capitel e remate, nem todos elementos originais. A base da coluna é circular, em cesto invertido, com decoração tardo-gótica de botões entre nervuras espiraladas. O fuste é cilíndrico, constituído por dois troços unidos por anel medial moldurado, sendo cada troço decorado com caneluras espiraladas à esquerda, entremeadas por séries de florões quadrifoliados. O conjunto é rematado por capitel de secção quadrangular, decorado com folhagens centradas nas arestas, e assente em estreito astrágalo circular. É encimado por ábaco quadrangular em molduras crescentes, no qual assenta o remate. Este é composto por uma pirâmide quadrangular com decoração de cogulhos em três registos sobrepostos, coroada por um peça esferóide achatada. Numa das faces do remate destaca-se ainda uma figura humana relevada, vestida com um manto, que tem sido interpretada como Nossa Senhora da Conceição, padroeira da freguesia, ou ainda uma evoçação dos Abades de Alcobaça, senhores de Turquel. » (SML – DGPC)
Vila do Touro Fotos: castelo ao longe, janelas manuelinas, igreja românica, pelourinho. Nas casas em pedra existem muitas janelas manuelinas.
Bicas com ditos: “A união faz a força” e “Venha e vá com Deus”. Do castelo só restam a porta e pedras.
A Câmara [do Sabugal] não deixa a velha vender a janela manuelina e noutra, rebocada, os velhotes dizem-se arrependidos e que se fosse agora não o teriam feito, pois a pedra não rebocada tem hoje mais valor. Outro velhote diz que se fosse hoje também não teriam deitado abaixo o castelo, pois são coisas que dão valor mas noutro tempo não era assim. Muitas das janelas manuelinas foram outrora compradas por americanos que as levaram para os EUA, ao que me dizem. (Notas de Viagens 1998.07.12)
Vila do Touro foi vila e sede de concelho entre o início do século XIII e o início do século XIX. «Com um topónimo - "Touro" - a denunciar uma fundação remota, desde, pelo menos, o século XII, ainda que supostamente derivado do nome próprio Taurus ou de características geográficas da região, Vila do Touro ostenta inúmeros vestígios arqueológicos que evidenciam bem a diversidade e a excelência dos recursos cinegéticos que desde sempre dispôs às comunidades humanas que percorriam o seu território e nele procuravam sobreviver e fixar-se, e à qual não foi, certamente, estranha a existência de várias linhas de água que o atravessam, irrigando e fertilizando os seus campos.
Inserido numa paisagem dotada de inegável beleza natural, o actual termo de Vila do Touro dispõe de um posicionamento estratégico que permitiu às suas gentes disporem de um domínio visual sobre os terrenos circundantes, uma particularidade essencial em termos defensivos.
Potencialidades que foram rapidamente aproveitadas ao tempo da reconquista cristã, quando do repovoamento de toda a região do Alto Côa, edificando-se, então, o castelo de Vila do Touro, povoação então situada numa zona de profunda instabilidade política decorrente da indefinição do traçado fronteiriço, razão pela qual a sua jurisdição foi entregue, por D. Afonso II (1185-1223), que a fundou, à Ordem dos Templários, cujo Mestre, D. Pedro Alvites, lhe outorgou foral, decorria o ano de 1220.
Entretanto, e à semelhança do que sucedia com a Vila de Sortelha, a assinatura do Tratado de Alcanizes, em 1297, ditou o declínio da importância outrora fruída pelo seu sistema defensivo que nunca chegaria a ser ultimado, numa realidade reforçada pela ausência de confirmação do anterior (vide supra) foral, por parte de D. Dinis (1261-1325), contrariamente ao que ocorreu em Sortelha. Uma situação somente ultrapassada com D. Manuel I (1469-1521), que lhe outorgou novo foral, em 1510, como forma de incentivar o seu desenvolvimento económico e, por inerência, o seu povoamento.
É justamente a esta última etapa que remonta o "Pelourinho de Vila do Touro", erguido no largo da igreja matriz, construção de igual modo quinhentista.
É sobre soco formado por três degraus de planta circular que assenta a coluna de fuste com a mesma configuração - com base quadrangular - e capitel de secção circular coroado por peça de igual secção e uma segunda em forma de ábaco curvado, elementos estes encimados por pinha cónica.» (AMartins – DGPC)
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Uma Photographia por si só vale por mil palavras?