* Victor Nogueira
«Maiorga constituía uma das 14 vilas dos coutos de Alcobaça, com cartas de povoação assinadas pelos respectivos priores, em 1303 e 1361, renovadas em 1454 por D. Frei Gonçalo Ferreira. Recebeu foral novo de D. Manuel, em 1514, na sequência do qual se terá erguido o pelourinho que ainda se conserva na povoação.
O pelourinho levanta-se num largo diante da igreja matriz e da capela do Espírito Santo, antiga igreja da Misericórdia de Maiorga. Assenta em plataforma de quatro degraus alternadamente circulares e estrelados, de aresta, bastante desgastados, estando o último parcialmente embebido no pavimento, de forma a compensar o seu desnível.
A coluna tem base de secção circular, decorada com oito arestas verticais e duas molduras horizontais em bocel. O fuste é inteiramente espiralado, com espiras ornadas de botões, e aneís encordoados relevados na base, no topo, e a meia altura. O capitel é oitavado, com faces ornadas de folhagem, e ábaco igualmente oitavado, em molduras sobrepostas, de lados ligeiramente côncavos. O remate é um tronco cónico truncado no topo.
O monumento é claramente datado do período manuelino, compondo um interessante conjunto com o portal da capela do Espírito Santo, do mesmo estilo. É possível que pertençam ambos a uma mesma campanha de obras, como por vezes acontecia, aproveitando-se a presença de mestres canteiros nos estaleiros das obras principais para a lavra dos pelourinhos.» (Sílvia Leite DGPC)
«A Igreja Matriz de São Cristóvão ou Igreja de São Cristóvão e São Lourenço, está no local onde, segundo a tradição, existiu uma Ermida de Santa Maria de Alcamim edificada no século XIII. Destruída por um incêndio no reinado de D. Manuel I , deu lugar a um novo templo, sendo restaurada entre 1610 e 1672. Foi dos poucos edifícios que sobreviveram ao terramoto de 1755, apenas com danos nas torres, mantendo-se a fachada maneirista.» (in "Visitar Portugal")
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