* Victor Nogueira
Outrora no jardim público passeavam-se as famílias, por vezes juntando-se em torno do coreto ouvindo a banda musical, interpretando marchas militares, canções de amor ou peças de música clássica, mais ou menos ligeiras. Évora no seu Jardim Público também tem um coreto, perto do qual há ou havia uma oliveira plantada no termo da Grande Guerra, a primeira, com o desejo que tivesse sido a última. Embora tenha uma foto do eborense coreto in illo tempore, o desta minha foto é na Póvoa de Varzim.
«Erigido no centro urbano da cidade da Póvoa de Varzim, o Coreto da Praça do Almada foi edificado em 1904, tendo sido oficialmente inaugurado no ano seguinte.
De planta hexagonal, o coreto segue uma tipologia comum neste tipo de equipamentos, integrando no registo térreo instalações sanitárias, em alvenaria, e no piso superior o espaço de atuação artística e de convívio.
Esta área superior é circunscrita por guarda de ferro fundido aberta na zona da escada de acesso, delimitada por guarda idêntica. A cobertura da estrutura, decorada com motivos de inspiração oriental, assenta sobre seis colunas em ferro dispostas em cada um dos ângulos do hexágono do piso superior.
O conjunto é rematado por lanternim, sobrepujado por um pináculo.
O coreto apresenta um desenho de gosto vincadamente romântico, utilizando com mestria o ferro como base estrutural arquitetónica e destacando-se pela sua cobertura, em chapa metálica escura, com uma cercadura rendilhada de tons claros que se articula de forma harmoniosa com as colunas.
(...) O primeiro coreto construído nesta praça data de 1896, sendo edificado como uma estrutura efémera, à semelhança do que então sucedia com equipamentos semelhantes em vários espaços públicos do país. Só em 1904 se procedeu à edificação definitiva de um coreto em ferro, que viria a ser inaugurado no ano seguinte com a atuação da Banda Povense.
Associado ao surgimento e florescimento das bandas filarmónicas, o Coreto da Praça do Almada foi, simultaneamente, um pólo dinamizador de reuniões, concertos e discussões, tendo sido classificado como de interesse municipal em 1997.
Catarina Oliveira DGPC, 2016 (com a colaboração de Rui Pimpão, CM Póvoa de Varzim)»
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Uma Photographia por si só vale por mil palavras?