quinta-feira, 9 de abril de 2020

Serra d'El Rei (1998)


Foto Victor Nogueira - Serra d'El Rei - 1998.02.22 (rolo 231)

Serra d'El Rey - De inverno o dia escurece rapidamente e as últimas fotografias em Serra d’El Rey são já feitas ao anoitecer. Retenho a igreja de S. Sebastião, com um vitral deste orago por cima da porta principal; no interior a sua vida contada em paineis de azulejos. Na torre sineira dois relógios rivalizam entre si, um deles mecânico que ao escurecer leva a melhor sobre o outro, que não é senão um relógio de sol.

Dambulamos pelas ruas até depararmos com uma série de janelas manuelinas: trata-se do Paço Real, por onde pass(e)aram D.Pedro e D.Inês, que fotografo no regresso, já noite cerrada. Lateralmente as paredes estão em pedra, com as janelas góticas emparedadas.

A este Paço, conhecido por palácio da serra a par de Atouguia, os reis vinham para montarias e pescarias e para satisfazê-los lá estavam os agricultores e pescadores.

Por exemplo, os pescadores de Salir do Porto, nas terras da Rainha, estavam obrigados a manter um determinado número de caravelas para pescaria e a fornecer ao rei 1/3 do pescado, para que este e sua comitiva pudessem sobreviver durante as estadias por estas paragens ou por Monte Real.

O adiantado do escurecer impede-nos de apreciar as belas paisagens em redor, tendo como limite o mar e o horizonte longínquo.

(...) Pelos arredores alguns moinhos, um dos quais fotografo já com o sol a pôr-se para lá dele, num retrato pouco conseguido.

Nos arredores, perdido no meio do campo, a igreja de N. Senhora do Amparo, brilhando na sua alvura, cercada por um muro alto que se franqueia através dum portão lateral. (Notas de Viagem, 1997.12.05 e 1998.02.23)

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