segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Azulejaria civil em Setúbal 07 - vivenda N. Sra do Carmo

* Victor Nogueira

Esta vivenda relativamente modesta em superfície de implantação. situa-se numa área então nobre no processo de expansão da cidade para Norte e para lá da muralha medieval iniciado pela burguesia no início do século XX, com a edificação do Bairro Salgado, de malha ortogonal. Nas fachadas o seu proprietário, armador de pesca e presumivelmente industrial conserveiro, pretendeu registar para a posteridade não só a sua religiosidade mas também o seu retrato de corpo inteiro, e de familiares, mulheres representadas apenas pelo busto, provávekmente a esposa e a filha, para além das suas embarcações, base do seu poder económico. Nada disto sucede nas "profanas" vivendas da Rua Garcia Peres 36 e da Avenida dos Combatentes)  Note-se que nesta do Carmo, ao contrário das anteriores, para aproveitameto do espaço cénico, a  entrada para dentro de casa é lateral mas é na esquina que se registam as marcas que o primitivo proprietário pretendia transmitir na altura e para a posteridade. Qualquer destas três vivendas possuía garagem, presumivelmente para arrecadação do automóvel, um bem na altura apenas ao alcance das bolsas mais abasttadas, Uma vez mais, sic transit, gloria mundi.


fotos anteriores a 2015
















fotos em 2017.08.14

fachada da Avenida Dr Manuel de Arriaga








fachada da Rua Alferes Pinto Vidigal








Google Earth - vivenda na esquina da Avenida Dr Manuel de Arriaga com a Rua Alferes Pinto Vidigal



Maquete (executada por José Gregório) da vivenda dum industrial conserveiro, em acelerada degradação, situada na esquina da Rua Dr. Manuel de Arriaga com a Rua Alferes Pinto Vidigal, paredes meias com o Bairro Salgado, onde residiam os industriais abonados e se conservam ainda algumas casas de estilo "Arte-Nova" e de "Casa Portuguesa", de Raúl Lino. Na vivenda da maquete os painéis de azulejos representariam, penso, o industrial e a esposa, para além dum barco.



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