O acesso aos campos agrícolas das traseiras só pode ser feito actualmente pelo único talhão não edificado da rua onde moro. Um dos terrenos corresponde ao seu proprietário e nele uma parte dos trabalhos é manual. Dizem-me que outrora e aos fins de semana o proprietário e família faziam a colheita e a desfolhada manualmente mas agora essas tarefas são executadas por máquinas.
O ruído duma máquina fez-me assomar à janela e lá andava um pequeno tractor a gradar o terreno, seguindo-se depois a semeadura feita manualmente seguida por novas passagens do tractor com charrua para enterrar as sementes. Um cão estilo lobo acompanha o tractor, umas vezes plácidamente, outras em corrreria, umas vezes ao lado, outras atrás ou à frente dele.
No quintal saltaricam e chilreiam pequenas aves, por vezes pousando com brevidade no muro, irrequietas, enquanto algumas pombas ou rolas nele pousam ou debicam no campo. Impávidos, os aviões troam os ares. A manhã está soalheira, de céu azul, despido de nuvens, e uma leve aragem agita as roseiras e a árvore da borracha. Entre as brancas borboletas que esvoaçam surgem algumas de asas negras.
trabalhador com enxada ao ombro e ancinho na mão
a horta da vizinhança
semeadura manual do grão
ainda os aviões
de novo aviões sulcando os ares
fotos em 2016.10.31 e 2016.11.01
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Uma Photographia por si só vale por mil palavras?