Creio que na minha juventude vim algumas vezes a Santo Tirso com o meu avô Luís, químico-analista mas não recordo qual o motivo, se seria por dela ser originária a família da Alexandrina, se por causa das análises químicas a produtos alimentares que ele fazia fora das horas de serviço para arredondar o ordenado ao fim do mês, que lhe permitiam também obter gratuitamente e dos clientes produtos de boa qualidade como azeite e vinho do Porto, que creio depois vendia a pessoas amigas.
Santo Tirso, outrora importante centro industrial têxtil, não estava previsto para a minha rota de hoje, mas regressado de Landim rumo a Vila do Conde, o sol a bater de chapa nestas vias estreitas e sinuosas, com não assinaladas curvas e contracurvas, ainda mais perigosas para a condução de quem não tem pontos de referência por me serem percursos inabituais, ocasionais, leva-me a desistir de apanhar a A7 inflectindo para oriente rumo a Santo Tirso, onde chego já ao entardecer. Ceio que estive aqui o ano passado cm o Zé e a Teresa, mas não reconheço o lugar nem encontro a Pastelaria Moura onde também já ao fim do dia comemos Jesuítas, uma especialidade doceira e que outrora e no alentejano burgomedieval apreciava, tal como as queijadas de Évora ou chá e torradas/sandes de fiambre. De jesuítas falo em ISESE - O Dia do Marquês em 1974 (http://aoescorrerdapena.blogspot.pt/2015/07/isese-o-dia-do-marques-em-1974.html)
Mas deixemos os entretantos ou desvios e vamos aos finalmente. Para além da referida doçaria são igualmente especialidade da terra os limonetes, produzidos com grande qualidade pelas diversas pastelarias da cidade e, na Região o Vinho, Verde e o Licor de Singeverga, produzido pelos monges beneditinos do mosteiro homónimo, na freguesia de Roriz, nesta merecendo referência as bolachinhas conventuais e os bolinhos de mel.
O Centro Histórico, com um pequeno jardim arborizado, tem um ar harmonioso, cuidado e acolhedor, com algumas esplanadas e nele coabitam edifícios dos séculos XIX e XX com arquitectura do Estado Novo, de que são exemplo o edifício dos CTT e uma vivenda Situada no Vale do Ave, aqui se encontrava a Fábrica Fiação e Tecidos Rio Vizela, fundada em 1845, nas freguesias de Vila das Aves e São Tomé de Negrelos, que foi a primeira unidade do ramo no país, chegando também a ser maior fábrica portuguesa do sector. Na área do Concelho a freguesia de Roriz tem património edificado que merece visita. Será pois um dos meus objectivos num dos próximos dias.
(antigo Quartel dos Bombeiros Voluntários)
2016.09.09
Obrigada, Victor, por esta visita guiada. Adorei recordar a localidade onde vivo mais anos.
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