* Victor Nogueira
Volto ao Palácio da Comenda, em manhã de canícula, o corpo
coberto de miríades de gotículas que afloram à superfície da pele e
peganhentamente aí permanecem, sem se evaporarem, como se tropical fosse o dia.
Um dos objectivos é filmá-lo, o outro descobrir e visitar as ruínas da Igreja
de N. Sra da Ajuda, de que se dá notícia em Ruínas
da Igreja de N. Sra da Ajuda, na Herdade da Comenda
Parece-me que o Palácio se degradou ainda mais desde
a última minha visita, descrita em Palácio
da Comenda e Ribeira da Ajuda. As buganvílias em flor sobressaem no verde
do arvoredo, embora a pérgola esteja despida e as palmeiras reduzidas a um
tronco enegrecido e morto, sem coroa de palmas. Nas varandas o sol esplendoroso
faz desenhos de luz e sombra. Não consigo confirmar nas minhas pesquisas se o primitivo edifício teria sido uma estância real vendida em em 1848 ao diplomata francês Abel Henri Armand.
Conforme notícia no "Público" "a
história da construção neste local começou no período romano, com um complexo
industrial de salga de peixe, [1] passou por uma torre de vigia medieval, que, no
século XVII, dá origem à plataforma de S. João da Ajuda. É precisamente sobre
esta plataforma abaluartada que, no século XIX, é construída uma primeira casa
de habitação, que existia no local quando Abel Henri Armand, ministro de França
em Lisboa, compra a propriedade, no dia 9 de Março de 1872, por cinco contos de
reis. Uma vez que a construção existente não possuía as condições necessárias
para uma adequada estância de veraneio, Armand decide construir o actual palácio. (...)
[Existe no Palácio um registo de azulejos] "na fachada norte, de
Nossa Senhora da Ajuda, em memória à Igreja que ali existia em local muito
próximo, pintados por Jorge Pinto, e os painéis policromáticos que revestem a
parede da galeria ou varanda do piso térreo, virada a sul, “sem confirmação de
autoria, mas muito provavelmente do mesmo autor”. Na varanda do
piso superior o silhar azulejar é significativamente distinto, a azul e branco,
com motivos naturalistas. Na escadaria de acesso pelo fachada norte, um
“magnífico” painel representava a própria Casa da Comenda, mas “encontra-se
profundamente vandalizado”. No interior, à entrada, duas figuras de convite e
silhar de azulejo de padrão." De acordo com a mesma notícia "a maior
parte destes painéis já foi destruída, tendo sido roubados ou vandalizados, ao
ponto de não haver um único quadro intacto. Mas existem registos fotográficos
que [...] permitem a reprodução na quase totalidade."
https://www.publico.pt/local/noticia/setubal-inicia-classificacao-do-palacio-da-comenda-1724711?page=-1
os silhares de azulejos arrancados e destruídos na escadaria principal
figuras de convite, no átrio
dois dos raros silhares de azulejos ainda não vandalizados
cais da cimenteira e Forte do Outão, para ocidente
foz da Ribeira da Ajuda
alguém no areal
ruínas da Igreja de N. Sra da Ajuda, para nascnte
Praia da Esguelha
mansarda em derrocada
mansarda
escadaria principal, para o andar nobre
marca dos silhares de azulhejos
monta-cargas
escadaria de serviço
pano da plataforma setecentista de S. João da Ajuda
caminho de acesso às ruínas da Igreja de N. Sra da Ajuda
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Uma Photographia por si só vale por mil palavras?