* Victor Nogueira
1998.02.22
De Maiorga a Cós abundam oliveiras, sobreiros, pinheiros
bravos e eucaliptos, numa zona montanhosa.
Chãos de Aljubarrota e Castanheira
Entre Castanheira e
Chãos de Aljubarrota, a dois km de Cós, encontra‑se uma capela da Senhora da
Luz, alpendrada, aqui se realizando as festas da Senhora da Luz ou dos pinhões,
em 16/17 de Novembro. Em Chãos de
Aljubarrota um painel de azulejos na fachada dum largo desafogado reproduz uma
igreja (Ermida de N. Sra. das Areias ?). No campo um burrico pasta calmamente.
Ninguém sabe que ali foi a batalha de Aljubarrota, o que não admira, pois
verifiquei posteriormente ser engano meu. (Notas
de Viagem, 1998.02.22)
Capela da Senhora da Luz em Chãos de Aljubarrota. N. Sra da Luz aparece milagreira ou como orago em muitos outros sítios: Carnide (Lisboa) e em povoações dos Coutos de Alcobaça, como Trabalhia, Alvorninha, Santa Rita (Cós) ... e nesta, como em Carnide, há também uma lenda da descoberta duma escultura milagrosa.
Ermida de Nossa Senhora das Areias e cruzeiro em Chãos de Aljubarrota. Este templo foi outrora um local de grande romagem particularmente por doentes de febre e outras maleitas.
Capela de Santa Maria, tipo Igreja-salão maneirista, em Castanheira
Cós
Foi esta uma
importante povoação, possivelmente de origem fenícia, hoje conhecida por nela
restar a sumptuosa igreja do antigo convento das monjas bernardas, ligadas à
ordem de Cister, toda forrada de azulejos do Juncal, do século XVII, e dividida
a meio por uma grade de clausura em talha dourada, como o belo altar‑mor; contrastante
a penumbra convidando ao recolhimento com a exuberância do policromismo dos
azulejos que revestem as paredes de alto a baixo e o dourado do altar-mor. O
coro está ladeado por cadeirões, havendo um portal manuelino ao fundo e
defronte do altar‑mor. Na sacristia, que não visitámos, em painéis de azulejos
conta‑se a história de Bernardo de Claraval. A visita foi possível porque numa
venda defronte nos foi facultada a chave da igreja. No adro da igreja, onde sobressaem
palmeiras, uma lápide regista o nome dos filhos da terra mortos na Guerra de
1914/18. A pintora Josefa de Óbidos havia pintado alguns quadros para o Convento, dispersos após a extinção das Ordens Religiosas na sequência das Revoluções Liberais do século XIX.
Perto passa um
riacho - era nesta povoação que as lavadeiras tratavam da roupa dos frades de
Alcobaça - e para o centro da povoação numa antiga adega preservada está neste
dia patente uma exposição de quadros variados, alguns deles interessantes. A
povoação, outrora importante devido à riqueza dos campos, possui uma igreja
de Santa Eufémia, outrora ligada à
Misericórdia. Do pelourinho não restam vestígios.
Da toponímia retenho
apenas as ruas das Monjas de Cister, da Escola
e do Celeiro.
Da povoação,
situada num vale, avista‑se a capela de Santa Rita, no cimo duma colina, com as armas dos Abades de
Alcobaça e do Rei na frontaria. Trata‑se dum sítio aprazível, arborizado, com
ampla vista sobre o vale e as montanhas em redor, perdendo‑se no
horizonte. (Notas de Viagem, 1998.02.22)
vista geral
casario e ruas da povoação
adega
Solar do Outeiro em Maiorga
vista geral da Igreja do Convento de Cós
Imagem de S. Bernardo
Imagem de S. Bento
memorial aos filhos da terra mortos na I Guerra Mundial
ruínas do dormitório e claustro
Mosteiro de Santa Maria de Cós
Santa Rita
Ermida do Bom Jesus do Calvário de Cós (vulgo Capela de Santa Rita)
campos agrícolas
Cós e o Mosteiro vistos de Santa Rita
Montes
Pertencendo a Alpedriz, encontra se a povoação de Montes, por onde andaram os romanos, sendo visível a Igreja de S. Vicente, de traça moderna, em cuja fachada se encontra gravada uma lista dos filhos da terra mortos na I Guerra Mundial. No interior do templo a via sacra está representada por baixo relevos polícromos, e no exterior, sobre um pilar de prata, encontra se uma imagem de Santa Maria.
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