* Victor Nogueira
Castro Barroso Gato Nogueira - Blog Photographico - lembrança da moça do Alentejo
sexta-feira, 31 de outubro de 2014
quarta-feira, 29 de outubro de 2014
oeiras - parque dos poetas - joão ruiz de castelo-branco
Senhora, partem tão tristes
meus olhos por vós, meu bem,
que nunca tão tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.
tão tristes, tão saudosos,
tão doentes da partida,
tão cansados, tão chorosos,
da morte mais desejosos
cem mil vezes que da vida.
partem tão tristes os tristes,
tão fora de esperar bem,
que nunca tão tristes vistes
otros nenhuns por ninguém
(João Ruiz de Castelo Branco)
segunda-feira, 27 de outubro de 2014
Jardins e antiga Fábrica de Pólvora de Barcarena
* Victor Nogueira (texto de fotos)
A fábrica
O fabrico da pólvora em Barcarena e a produção de armas nas
Ferrarias d’El Rei iniciou-se no reinado de D. João II.
A partir do século XIX foi especialmente destinada ao fabrico
das pólvoras negras, à manufactura dos artifícios pirotécnicos e ao
carregamento dos cartuchos.
Enquanto Fábrica de Pólvoras Físicas e Artifícios (de 1927 a
1947) sofreu o seu maior incremento, com a aquisição de nova maquinaria,
modernizou o seu laboratório, estreitou a cooperação com as escolas práticas do
Exército, produziu diversos tipos de pólvoras de caça e militares, bem como
rastilhos e todo o tipo de artifícios e engenhos aplicados à nova maquinaria de
guerra.
Em 1976, a Fábrica reabriu já com grandes dificuldades
económicas, para produzir pólvora de caça, até que em 1985 passou a fazer parte
da INDEP, EP – Indústrias Nacionais de Defesa, Empresa Pública, criada em 1980
acabando por encerrar definitivamente a sua actividade, em 1988.
Em 1995 a Câmara Municipal de Oeiras adquiriu as instalações,
que foram abertas ao público a partir de 1998, com um núcleo museológico, cafés e
jardins frondosos. Aqui se realiza o Festival 7 Sóis 7 Luas.
O núcleo onde se fabricava a pólvora está cercado de altos muros, como se fosse uma fortaleza e possui uma capela e guaritas, sendo adjacente à Ribeira de Barcarena, cujas
águas faziam rodar a roda duma azenha que movimentava as mós que trituravam a
pólvora. Adjacente e em casas térreas, nas imediações, se situava o bairro operário. Frequentes eram as explosões que provocavam mortos entre os operários.
Desta feita a entrada realizou-se por outro local,
atravessando a zona arborizada e uma das pontes sobre a ribeira.
A povoação
Vista de Leceia e mesmo doutros pontos, o que sobressai em Barcarena é a
sua enorme igreja, de S. Pedro, no centro da povoação, com um adro com vista
para a ribeira e para um pequeno jardim público, bem como o edifício que foi do
quartel dos Bombeiros Voluntários. O primitivo templo foi destruído pelo
terramoto de 1755, que na área de Oeiras e Paço d'Arcos provocou grandes
prejuízos. Uma outra igreja, arruinada e em processo de recuperação, a capela
de S. Sebastião, protector das pestes e dos artilheiros, caracteriza-se por
dois corpos, o anterior cilíndrico e o posterior de secção rectangular. No
centro algumas casas antigas demonstram a importância doutrora. Mais para a
extrema, a sul, um cemitério.
A povoação é atravessada pela malcheirosa ribeira
do mesmo nome (ou de Agualva) e a sua zona central é incaracterística e confusa,
nela sobressaindo o edifício dos bombeiros voluntários, estilo Estado Novo, com
alpendre de arcada na fachada central.
Perto de Barcarena, à entrada de quem vem de Porto Salvo, em Ribeira
Abaixo, à sombra da igreja lá no alto,
um tanque coberto para a lavagem de roupa, junto aos canaviais que marginam cá
em baixo a ribeira de Barcarena Perto de Barcarena e de Tercena situa‑se a desactivada fábrica de pólvora que vem dos tempos do senhor D.
Manuel I, cuja reutilização está em curso, incluindo a criação dum espaço
museológico. Esta fábrica deu alguma importância a esta povoação, relarivamente
às circunvizinhas.
Nas cercanias da fábrica, perto da
ponte que atravessa a ribeira, encontram‑se a Quinta da Ponte (na Estrada de
Leceia) e a Quinta de S. Miguel (na Estrada do Cacém), esta em estilo romântico (manuelino), oitocentista. Por estas
bandas os caminhos são vicinais, estreitos, tortuosos e bordejados por altos
muros.
Tudo tem ainda um ar rural e verdejante, abundando oliveiras e algumas
figueiras, contrastando gritantemente com os viadutos e autoestradas que cada
vez mais cruzam esta região. De Barcarena para norte parte uma rua estreita e
curvilínea, rumo a Tercena, com algumas casas mais nobres, uma das quais tem na
sua fachada um colorido painel de azulejos representando o Palácio da Pena em
Sintra. Já fora da povoação, na estrada municipal 578 e á direita encontramos a
Quinta do Sobreiro, do século
XVII, debruçada sobre o vale, murada, mas permitindo ver uma escadaria exterior
dando para uma varanda de alpendre, coberta, no 2º piso (loggia).
Daqui avistamos os campos
cultivados e, mais para lá, a mole imensa e "urbana" de Cacém. (Notas de Viagem, 1997)
mais fotos em
entre oeiras e lisboa, na primavera
https://www.facebook.com/vicnog.na.rede/media_set?set=a.10200406860679474.1073741826.1394553665&type=3
domingo, 26 de outubro de 2014
o parque dos poetas em oeiras - uma outra deambulação
* Victor Nogueira (fotos)
Os Poetas
Na totalidade dos seus 25 hectares, o Parque dos Poetas vai ter representados 60 poetas – 50 portugueses e 10 de países ou territórios de expressão portuguesa.
Os vinte poetas do século XX que estiveram na génese do Parque dos Poetas estão representados na primeira fase (inaugurada em 2003), em esculturas da autoria de Francisco Simões.
Na zona B da segunda fase (inaugurada em 2013) estão retratados outros 13 poetas, representativos do período compreendido entre os séculos XII e XVII – dos Trovadores aos Poetas da Renascença.
Os restantes 27 autores estarão representados nas zonas do Parque ainda em obra, completando-se assim o leque de poetas do Barroco ao Romântico (séculos XVIII e XIX) e dos países ou territórios de expressão ou cultura portuguesa.
De registar que para a seleção dos poetas foram consultadas instituições como a Sociedade Portuguesa de Autores, as Faculdades de Letras de Lisboa, Porto e Coimbra, a Biblioteca Nacional, a Associação Portuguesa de Escritores, a Universidade Nova de Lisboa e as Embaixadas dos diferentes países de origem dos escritores.
Para a escolha dos artistas plásticos foram indagadas entidades como a Academia e a Sociedade Nacional de Belas Artes, a Associação Internacional de Críticos de Arte e as Faculdades de Belas Artes de Lisboa e Porto.
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O Parque dos Poetas, inaugurado em 1993, está localizado na zona alta de Oeiras, nas proximidades do centro comercial Oeiras Shopping. Tem 10 hectares que incluem praças, alamedas, um auditório ao ar livre, uma fonte cibernética, entre outros recantos que fazem as delícias dos visitantes. As infra-estruturas incluem ainda um parque infantil, um parque polidesportivo e o estádio municipal de Oeiras, conferindo a este parque um carácter também desportivo que serve de palco a muitas actividades de desporto e lazer sobretudo nos meses de Verão. O projecto da Câmara Municipal de Oeiras, de co-autoria dos arquitectos paisagistas Francisco Caldeira Cabral e Elsa Severino, resulta da vontade de homenagear os poetas e a poesia nacional, nasce de um conceito inicial de David Mourão Ferreira e do escultou Francisco Simões.
As obras escultóricas estão espalhadas um pouco por todo o parque, contando-se 60 referências a poetas nacionais ou de países de expressão portuguesa. O parque é atravessado pela Alameda dos Poetas, sendo o seu percurso principal que surge ladeada por várias “Ilhas” e jardins temáticos onde se instalaram as esculturas. Nomes como Florbela Espanca, Miguel Torga, Sophia de Mello Breyner, Eugénio de Andrada, Fernando Pessoa, José Régio, entre muitos outros ficaram imortalizados nesta homenagem. Nas zonas circundantes do parque, os visitantes dispõem de cerca de 700 lugares de estacionamento e o acesso de transportes públicos é possível, a partir da estação de Paço de Arcos, utilizando o SATU, um moderno metro de superfície não tripulado, digno do século XXI.
http://www.ezimut.com/
Fernando Pessoa
Manuel Alegre
Natália Correia