quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Entre as margens dos rios Ave e Cávado: Vilarinho, Goios e Barcelos

* Victor Nogueira (texto e fotos)
* Paulo Lobarinhas (texto)


De Vilarinho, Goios e  Barcelos se falou em notas anteriores: "entre os rios Ave e Cávado; de Vairão a Junqueira" (1), "Goios, Pedra Furada e Remelhe" (2) e  "Barcelos e Barcelinhos" (3).

Vilarinho fica numa encruzilhada de caminhos movimentada e desta feita paro e pelo centro deambulo. As escolhas do fotógrafo "iludem" as aberrações e fixam apenas o que não é agressivo: o jardim, algumas casas mais ou menos antigas. Dissonante uma estátua dum peregrino de Santiago, como se fosse representado com blocos Lego, em cujo pedestal figuram os nomes das terras atravessadas pelos peregrinos a caminho do santuário, na vizinha Galiza. A torre medieval não passa de pastiche, escondendo o reservatório elevatório de água da povoação. No café onde entro para tomar  um "carioca" discute-se a última novidade do dia: um incêndio inadvertidamente ateado por uma eventual queima, com intervenção  dos bombeiros e da polícia, para apurar eventual matéria criminal pois ainda estamos na época de defeso das queimadas, para prevrenir a eclosão de fogos florestais.

O termo "vilarinho" deriva de "vilar" ou  lugarejo, designando os seus moradores ou um pequeno lugar. A toponímia refere alguns, como Vilarinho das Furnas, Fonte de Vilarinho, Vilarinho de Negrões, Vilarinho de Samardã, Vilainho de Arcos, S. Miguel de Vilarinho, Vilar de Perdizes,  Vilar de Mouros, Vilar de Andorinho, Areias de Vilar, Vilar de Ferreiros ...

De Goios falam as legendas de algmas fotos O termo Góios deriva do latim Gáudios, em vez de gandia, os gozos ou prazeres de Nossa Senhora e tanto que se diz Santa Maria de Góios. Havia outrora muitas imagens da Senhora do Ó, representando a Virgem pejada ou grávida, mas muitas delas foram destruídas pelos párocos, que as consideravam ímpias.

(1) http://kantophotomatico.blogspot.pt/2014/09/entre-os-rios-ave-e-cavado-de-vairao_5.html
(2) http://kantophotomatico.blogspot.pt/2014/09/goios-pedra-furada-e-remelhe.html
83) http://kantophotomatico.blogspot.pt/2014/09/barcelos-e-barcelinhos.html




VILARINHO







peregrinos a caminho de Santiago (de Compostela)






monumento aos peregrinos de Santiago, escultura de Carlos Rodrigue



bonecos Lego

GOIOS


igreja paroquial e Casa do Serra




Igreja de Santa Cruz, do século XIX. A sua origem está no "milagre" do aparecimento duma cruz desenhada no solo, originando concorridas romarias com grandes donativos, que eram aplicados na construção dum templo, em substituição da capela erguida em cima da referida cruz. Contudo o culto não mereceu aprovação das autoridades eclesiásticas pelo que a devoção foi esmorecendo e o templo ficou por concluir.


Casa dos Vitorino


junto à ribeira


Casa do Ferreira Goyos, do século XVII


Casa do Ferreira Goyos, do século XVII

Esta terá sido durante alguns séculos uma das mais importantes casas de Góios. Daqui partiram aventureiros para a “Corrida do Ouro” no final do século XVII, militares e mercadores que participaram do domínio e do comércio português no Brasil. Usavam nessas alturas o apelido “Ferreira Goyos”.

A família “Briote”, numerosa, continua a existir hoje noutras casas embora o apelido não seja hoje mais que uma alcunha. Perdura o apelido Silva Ferreira em muitos dos membros desta ancestral família.


CASA DO SERRA





entrada principal vendo-se o mirante de que mais abaixo se fala




entrada lateral


entrada principal

As 3 irmãs eram netas de Bernardo Limpo, o fidalgo da Casa da Torre de Moldes, em Remelhe, que deu instrução e ensinou as primeiras palavras de latim a D. António Barroso, filhas do Coronel e Engenheiro Militar Francisco António de Brito Limpo.

Francisca Maria Isabel casou, a contra gosto dos seus pais, com José Gomes Serra de Góios, proprietário e lavrador que abandonara o curso de direito em Coimbra para vir administrar as suas terras. Como demonstração de “força” junto ao seu sogro aplicou uma parte significativa da sua fortuna, resultado da emigração no Brasil dos seus antepassados, na construção de uma faustosa casa no mesmo lugar onde existira uma outra casa de lavoura. A construção da casa foi interrompida, antas da sua total conclusão, após a morte da sua mulher aos 40 anos de idade.

Ana Adelaide, casou em Pedra Furada com o Dr. José Carlos de Castro Figueiredo Faria e aí se fixou na Casa dos Farias, no lugar do Assento, junto à Igreja de Pedra Furada.

Maria José, a terceira filha do Coronel Brito Limpo, permaneceu na Casa da Torre de Moldes, em Remelhe depois de casar com o Major José Simões da Silva Trigueiros.

Eram estas as 3 irmãs que dos mirantes das respectivas casas se viam entre si utilizando uns monóculos.



IGREJA MATRIZ







Igreja paroquial de N. Sra da Expectação ou do Ó e traseiras da Casa do Ferreira Goyos
Do templo fundado no século XII nada persiste, sendo  a actual traça recente, embora no seu interior possua uma pia batismal manuelina e alguns vestígios da primitiva igreja e órgão de tubos.


BARCELOS 



PRAÇA DO MUNICÍPIO





palácio dos Condes de Barcelos




estátua de D. António Barroso

LARGO DA PORTA NOVA



Torre da Porta Nova








 Igreja do Bom Jesus da Santa Cruz

RUA D. ANTÓNIO BARROSO (antiga Rua Direita)



Edifício que foi do BNU, projecto do arquitecto Korrodi






Edifício que foi do BNU, projecto do arquitecto Korrodi


 Edifício que foi do BNU, projecto do arquitecto Korrodi










PRAÇA PONTEVEDRA




LARGO DR. JOSÉ NOVAIS



Casa dos Machados da Maia (séc. XVI) - actual Biblioteca Municipal










cerâmica barcelense

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