texto e fotos Victor Nogueira
Esta povoação já foi sede de concelho, com pelourinho ainda existente. Num outeiro encontra‑se a Capela de Sant'Ana - muito venerada - defronte, o mosteiro de Santa Clara e o Aqueduto, separado pelo rio Ave, onde existem ainda vestígios de azenhas. A igreja de Santa Maria, matriz do século XV, tem um púlpito exterior na torre sineira, tendo alguma semelhança com a de Vila do Conde. O cruzeiro, tal como outros que encontrei por essas terras fora, como em Óbidos, ostenta nas duas faces as esculturas de Cristo na cruz e Santa Maria.
Perto de Azurara, junto ao mar, na margem esquerda
do rio Ave, fica a Capela de S. Donato (?), com uma torre ameada quadrangular
de janelas góticas - A torre estaria
relacionada com a navegação costeira e a embocadura do Rio Ave. (Memórias
de Viagem, 1997)
A povoação remonta à Idade Média, anterior à fundação de Portugal. Circundando a igreja matriz de estilo manuelino encontram-se o cruzeiro, o pelourinho e o que
me parece ser uma das capelas dos passos da via-sacra, da crucificação de
Cristo. As ruas circunvizinhas ainda conservam casas típicas e antigas de
arquitectura urbana e nas janelas de dois dos prédios duas velhotas estão
postadas às respectivas janelas, contemplando o raro movimento, interrogando-se
talvez sobre o hominho que vai photoandando. Esta calmaria contrasta com o
intenso e contínuo trânsito automóvel que passa a dois passos, na antiga
estrada Porto/Viana, atravessando a ponte ribeirinha que nas horas de ponta
atravanca no para/arranca, de saída e de entrada nos empregos.
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