Morosa fora a reconstrução do Terreiro do Paço, rebaptizado como Praça do Comércio pelo Marquês de Pombal e Conde de Oeiras, que de Soure teria vindo. Mais demorada, contudo, fora a edificação do arco triunfal como majestoso portal ligando o antigo terreiro ao antigo rossio, cuja história é relatada na sala do relógio. Um elevador leva os visitantes a esta sala com dois varandins. Por uma estreita escadaria helicoidal acede-se ao terraço superior onde, voltadas para o rio, se encontram as gigantescas esculturas de Célestin Anatole Calmels representando a Glória, coroando o Génio e o Valor.
A vista não é fabulosa e há muitos outros miradouros muito mais deslumbrantes em Lisboa, como o do jardim de S. Pedro de Alcântara, o de Santa Luzia junto à Catedral ou Igreja de Santa Maria Maior, o do elevador de Santa Justa ou as vistas a partir do Castelo de S. Jorge, entre muitas outras. Telhados ensombram a Sé, o recticulado da baixa pombalina no seu todo é inacessível e o castelo está demasiado longe. Desafogada apenas a panorâmica da enorme praça daqui miniaturizada com a minúscula estátua equestre e o rio tejo, com a ponte 25 de abril para jusante. Como pequeníssimas parecem as arcadas dos edifícios em cujos corredores larguíssimos, por onde já deambulei noutra era, cabe à vontade uma carruagem do século XVIII, e do exterior não se vêm os claustros. Toda a praça é hoje pedonal, fechada ao trânsito automóvel salvo nos topos norte e sul, já não enorme parque de estacionamento a céu aberto. Nela vi em tempos uma exposição de enormes estátuas de Botero. Nos edifícios da fachada norte do Terreiro se projectam por vezes e à noite deslumbrantes espectáculos animados de luz e cor, de temática vária, como o que abaixo se indica, a um dos quais assistimos, relatando a história de Portugal, incluindo o terramoto de 1755. (1)
Terreiro do Paço - Óleo s/ tela Dirk Stoop, Londres, 1662.
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Uma Photographia por si só vale por mil palavras?