terça-feira, 2 de novembro de 2010

A arte urbana afinal dura para sempre




O muro que separa Israel da Palestina recebeu estes boxeurs do colectivo Faile
Livro
por Clara Silva, Publicado em 02 de Novembro de 2010   
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Pelo menos no novo livro da Taschen. "Trespass" é a maior enciclopédia do graffiti e da street art


Fotografia
Se cada letra pintada nas paredes pelo famoso artista britânico Banksy pode valer milhares de libras, imagine um texto com 23 linhas. Na verdade, custa perto de 30 euros e ainda tem direito a folhear mais três centenas de páginas com fotografias do trabalho de outros 150 artistas. Banksy, cuja identidade é uma incógnita desde que começou a pintar linhas ferroviárias em Bristol, aos 16 anos, aceitou escrever o prefácio do novo livro da editora alemã Taschen. "Trespass", que está à venda em Portugal desde Outubro com uma versão traduzida, auto-intitula-se uma "história da arte urbana não encomendada" e é uma verdadeira enciclopédia do graffiti e da street art.

Além do desabafo de Banksy nas primeiras páginas, que descreve a adrenalina do seu primeiro graffiti e como nessa noite se apercebeu que "podemos escapar impunes" sem ser "atingidos por raios, perseguidos por cães ou apanhados pela mãe", no livro estão todos os importantes trabalhos de rua espalhados pelo mundo, muitos deles já desaparecidos.

Alguns dos enormes graffiti do livro - como os de Blu, Sam3 e Os Gemeos, que este ano também pintaram na Av. Fontes Pereira de Melo, em Lisboa - foram substituídos por outros ou apagados pelas autoridades. Não nos podemos esquecer que grande parte da arte urbana, além de efémera, é considerada vandalismo e é por isso que o último capítulo de "Trespass" é dedicado à lei do graffiti nos Estados Unidos. Por ano, estima-se que o país gaste entre quatro a cinco milhões de dólares na remoção de rabiscos na parede.

Para quem não gosta de bonecos ilegais, no livro que começou a ser pensado em 2007 por Sarah e Marc Schiller, do colectivo de arte urbana norte-americano Wooster, há outro tipo de manifestação artísticas, algumas que remontam aos anos 70 e 80. Como as instalações de fogo de Paolo Buggiani ou o trapezista francês Philipe Petit que caminhou num arame entre as Torres Gémeas. 
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