terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Encontro de editores de fotojornalismo iberoamericanos, em Madrid



Fotojornalistas iberoamericanos dizem que modelo gratuito dos media na Net é “suicídio”

Público - 30.01.2010 - 16:23 Por Lusa
Vários editores de fotografia de jornais espanhóis e latino-americanos defenderam hoje a cobrança do acesso a conteúdos on-line e expressaram reservas quanto à figura do “fotojornalista-orquestra”, que se multiplica a fazer fotografias e vídeos.
Os fotógrafos iberoamericanos criticaram a multifuncionalidade 
pedida à profissão, por causa do vídeo  
 
Os fotógrafos iberoamericanos criticaram a multifuncionalidade pedida à profissão, por causa do vídeo (Hugo Calçada (arquivo))
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“A não cobrança não está a funcionar. É um modelo que está a esgotar-se”, disse à agência EFE Dani Yako, do jornal argentino “Clarin”, antes da sua intervenção no encontro de editores de fotojornalismo ibero-americanos que decorre em Madrid.
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O encontro marcou o encerramento do Transatlântica, um fórum do Festival de fotografia PhotoEspanha criado em 2009 para fomentar o intercâmbio entre instituições e profissionais espanhóis e latino-americanos.
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No encontro estiveram também representantes dos jornais espanhóis “El Mundo”, “El País” e “La Vanguardia”, o brasileiro “Folha de São Paulo” e o mexicano “Excelsior”, que analisaram o estado de saúde do fotojornalismo iberoamericano.
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A fotografia na América Latina está “ao mais alto nível internacional” e, em Espanha, é “cada vez melhor”, disse o presidente da PhotoEspanha, Alberto Anaut.
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Os conferencistas abordaram ainda o visionamento dos conteúdos dos media na Internet, que a maioria dos presentes defendeu dever passar a ser pago.
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“Penso que mais tarde ou mais cedo o acesso aos conteúdos passará a ser pago. A quem ocorreu que o trabalho na Internet teria que ser gratuito?”, referiu Ulises Castellanos, do “Excelsior”, acrescentando que a gratuitidade “é um suicídio”.
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Por outro lado, Carla Romero, do “Folha de São Paulo”, defende “o acesso a conteúdos gratuitos na Internet”, embora admita que as próximas gerações terão que pagar, caso triunfem iniciativas como a do “New York Times”.
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O norte-americano “New York Times” anunciou que irá passar a cobrar o acesso aos conteúdos on-line do jornal a partir de 2011.
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Outra realidade que inquieta os editores de fotografia é o aparecimento do “fotojornalista-orquestra”, um profissional que além de fotografar faz também vídeos.
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Ulises Catellano é contra esta nova realidade, já que acredita que “as duas coisas não sairão bem feitas”.
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“Tirar fotografias é uma especialidade. Fazer vídeos é outra”, lembrou.

A opinião é partilhada por Dani Yako, que considera que a multiplicidade de funções “retira profissionalismo e qualidade” ao trabalho do fotógrafo. 
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