sábado, 13 de junho de 2009

Morreu foto-jornalista Ricardo Rangel

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Moçambique


Maputo - O foto-jornalista moçambicano Ricardo Rangel, 85 anos, morreu hoje em Maputo, enquanto dormia, disse à Lusa fonte familiar.



Ricardo Rangel, uma referência na área da fotografia em Moçambique, através da qual denunciou a ditadura colonial, participou em dezenas de exposições em diversos países, incluindo o Museu Guggenhheim, em Nova Yorque, e foi condecorado com o grau de Oficial das Artes e Letras pelo governo francês.



Começou a trabalhar na área da fotografia aos 17 anos, num laboratório, passou pelo jornal bi-lingue "Lourenço Marques Guardian" e depois entrou para o jornal "Notícias da Tarde", onde foi o primeiro foto-jornalista não branco.



Na década de 60 foi editor do jornal "A Tribuna" e trabalhou posteriormente noutros órgãos de comunicação social, como o "Diário de Moçambique" ou "Voz Africana", sendo co-fundador no início da década seguinte da revista "Tempo", a primeira a usar cor em Moçambique.



Já depois da independência foi editor de fotografia no jornal "Notícias" e depois do semanário "Domingo", estando na origem, em 1981, da Associação Moçambicana de Fotografia.



A partir de 1984 criou e dirigiu o primeiro Centro de Formação de Fotografia.
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AngolaPress - 12-06-2009 10:16
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Ricardo Rangel (1924-2009)

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Foto *L / Luisa Cortesão (Maputo 11 Setembro de 2007) http://www.flickr.com/photos/luisa/1361550741/

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Era um nome maior da fotografia em português e também da fotografia portuguesa que se fazia em Moçambique, antes da independência. Fotógrafo moçambicano antes e depois, mestiço de muitas origens, grega por parte do pai.

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da série O Pão Nosso de cada Noite, anos 60/70

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Foi o primeiro fotojornalista "de cor" na imprensa branca - desde o «Notícias da Tarde», em 1952, depois, no Notícias, 1956; A Tribuna, 1960-64; Diário de Moçambique, Beira; Notícias da Beira, 66-67; e Tempo (co-fundador em 1970); fotógrafo-chefe no Notícias em 1977; director do semanário Domingo, 1981, etc. Foi também o pilar da criação em 1983 do Centro de Formação Fotográfica em Maputo (de Documentação e Formação - a partir de 2001), que continuava a dirigir - tinha 84 anos.

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A França concedera-lhe o grau de Oficial das Artes e Letras em 2008 e era doutor "honoris causa" pela U. Eduardo Mondlane (Outubro de 2009) - ver: http://www.jornalnoticias.co.mz/.

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Em 2005 - http://arquivo.maputo.co.mz - publicou O Pão Nosso de Cada Noite, a sua mais famosa série de fotografas (as mulheres e os bares da Rua Araújo, imagens furtivas dos anos 60-70), num álbum que veio imprimir em Santo Tirso, mas sem distribuição em Portugal - onde tinha exposto em 1998 (no Arquivo Fotográfico de Lisboa - ver aqui ).

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O Centre Culturel Franco-Mozambicain e Editions Findakly (Paris) editou uma 1ª monografia em 1994: Ricardo Rangel Fotógrafo de Moçambique / Photographe du Mozambique (bilingue), com textos de Zé Craveirinha ("Carta para o Ricardo sobre as suas fotografias") e Mia Couto ("Os deuses espreitaram por seus olhos"), e uma curta biografia. Fotografias de Moçambique, 1953-1993. 120 pp.

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Ricardo Rangel, Pão Nosso de Cada Noite / Our Nightly Bread (bilingue), textos de Calane da Silva ("Pão de neon na rua da vida"), José Luís Cabaço ("Ao Ricardo Rangel pelois seus 80 anos"), Luís Bernado Honwana ("Ricardo Rangel e o aparecimento do fotojornalismo em Moçambique"), Nelson Saúte (Carta a Ricardo Rangel) e dois poemas de José Craveirinha ("Felismina") e Rui Nogar ("Xicuembo"). Ed. Marimbique (impresso na Norprint, Santo Tirso - 1000 ex.), 2004.

6709 disponível em http://www.p4photography.com

Ricardo Rangel Fotógrafo / Photographer (bilingue), texto de Calane da Silva, Col. Les Carnets de la Création, Éditions de l'Oeil, Montreuil (com a colaboração da Embaixada de França em Moçambique), 2004. 24 pp. (apenas com fotografias de crianças)

e também:

Catalogue_cover_3 disponível em http://www.p4photography.com/photography_books

Iluminando Vidas - Ricardo Rangel e a Fotografia Moçambicana, ed. Bruno Z’Graggen e Grant Lee Neuenburg - Christoph Merian Verlag, Basel 2002. 168 pp.

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textos de Allan Porter (Perspectiva de Moçambique), Simon Njami (Saudade), António Sopa (O Fotojornalismo em Moçambique), Calane da Silva (Homenagem a R. Rangel).

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Fotografias de Ricardo Rangel e também Rui Assubuji, José Cabral, Luis Basto, Joel Chiziane, Naita Ussene, Sérgio Santimano, Ricardo Rangel, João Costa [Funcho], Alfredo Paco, Alfredo Mueche, Martinho Fernando, Ferhat Vali Momade, Albino Mahumana, Alexandre Tenias.

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