* Victor Nogueira
(fotos VN, salvo indicação em contrário)
Praça do Giraldo e Café Arcada em dia de S. Porco
Évora é uma terça-mercado numa praça
…......numa praça em terça-mercado um café
…......de um café em praça numa terça-mercado
de agrários cinzentos
como cepos sem vida (...) -
Évora 1972.Outubro.17 (Setúbal 1985.Outubro.13/1989.Março.01)
Hoje, em Évoraburgomedieval é terça‑feira e, para além dos turistas habituais, a Praça do Giraldo e o Café Arcada encontram‑se cheios de forasteiros, solidamente especados, indiferentes a quem passa e ao estorvo provocado. É dia de S.Porco, i.e, dia de mercado, em que os homens vêm à cidade para o negócio do gado, enfiados nos seus fatos escuros, de mau corte, botas enlameadas e chapéu na cabeça. Detesto a sua falta de maneiras, embora por vezes seja uma distracção observar as suas atitudes. O mais interessante neles é o modo como se escarrancham nas cadeiras, à mesa do café, solidamente instalados, o chapéu na cabeça atirado para trás. (MAF - 1971.10.09)
Dos outros, é de assinalar o seu mau gosto no vestir, fatos escuros, a boina ou o chapéu de abas viradas para os olhos. Conversam com a cabeça apoiada na mão, uns sorridentes, outros de rosto grave, testas enrugadas. Por vezes recostam-se para trás nas cadeiras, outras juntam as cabeças, convergindo para o centro da mesa, quais conspiradores.(MCG - 1972.03.18)
Amanhã é 3ª feira, o meu dia negro, pois a cidade - e o café - enchem-se de alentejanos corpulentos, solidamente parados no meio do caminho, de chapéu na cabeça e fatos escuros, como se nada mais existisse no mundo senão as suas irritantes pessoas ! (NID - 1973 ?)
Largo Luís de Camões (Praça Vermelha, por nela se situar o Centro de Trabalho do PCP) Debaixo destas arcadas situava-se um restaurante onde por vezes íamos almoçar ou jantar mas cujo nome esqueci
Centro de Trabalho do PCP no Largo Luís de Camões
Debaixo dos arcos situava-se a Livraria dos Salesianos e uma loja de electrodomésticos. No tempo em que os aparelhos receptores de TV eram um luxo inacessível à maioria, os lojistas por vezes deixavam um dos aparelhos ligados para a plebe poder assistir da rua a eventos como os desafios de futebol. Debaixo destas arcadas se passou o que conto em
"Um homem na Lua"
Ontem um bêbado abordou-me quando via os livros na montra da Livraria dos Salesianos [Évora]. Queria saber qual era a melhor história que ali estava. Ou a maior ? A de todo o mundo! De todos os tempos. Que todos aqueles livros eram mentiras. Para as pessoas comprarem pensando serem verdades. Era a máquina! Se eu acreditava que o homem tinha ido à Lua, se eu vira com os meus olhos. Que os jornais e os livros só diziam mentiras. Que nenhum homem pudera ter ido à Lua porque ele não vira. E que eu tinha sido enganado pelos jornais. Era mentira, talvez tivessem ido, mas tinham morrido todos. Que isso dos submarinos andarem debaixo de água era diferente: era a Terra. Quanto pagaria eu para ele me contar uma história daquelas, vinda do fundo do coração? ( E vai daí, faz um gesto como que proveniente das profundezas do mesmo mas, ou pela bebedeira, ou lá porque fosse, o gesto iniciou-se baixo demais e não pude deixar de comentar com a minha habitual ironia: "O seu coração está baixo demais!". ) Quis saber o que eu fazia - se era escritor e já escrevera o meu livro - e não acreditava que eu vivesse do ar e do vento. Enfim, que se tivesse 25 anos como eu estava mas é em Lisboa, que isso sim! E lá se ia agitando desequilibradamente o velho (de 57 anos), num asilo, convidando-me (ou convidando-se) para um copo ali na taberna, beata ao canto da boca com um grande morrão e deitando perdigotos como nuvem rota em dia de inverno. Mas nem queiras saber a insistência com que ele duvidava da ida dos homens à Lua. (MCG - 1972.10.23)
Rua Serpa Pinto, à porta da casa onde morávamos (autor desconhecido, talvez alguém que fosse a passar na rua)
Largo Marquês de Marialva (autor Noémia Mendes ?)
Pátio de casa de hóspedes da D. Vitória, na Rua do Raimundo (autor não identificado)
Ao fundo as torres e o lanternim da Sé
Á direita uma das torres da Sé
A cúpula é da Igreja do Carmo
As 4 fotos acima são de Évora vista duma das torres das Portas de Moura.
As fotos acima são da Praça 1º de Maio, onde se situa o Mercado Municipal. Notam-se as inúmeras carroças puxadas por burros, pois os restantes meios de transporte não estavam ao alcance de qualquer bolsa.. Andar de motorizada era então um luxo.
Templo romano - à esquerda vê-se o antigo Palácio da Inquisição, onde funcionava o ISESE, sob direcção e orientação da Companhia de Jesus
A pré.Revolução nas paredes do ISESE
A de baixo é junto ao Convento do Salvador do Mundo, na Praça do Sertório / Rua de Olivença
O Partido faz a sua campanha e no palco estão pessoas que já conheço de há muito. Por detrás delas, enormes, em fundo vermelho, as efígies de Marx, Engels e Lenine. A brancura de Évora é agora quebrada por cartazes do PC
Marx, Engels e Lenine enchem as ruas, conjuntamente com cartazes com a foice e o martelo. (MCG - 1974.07.28)
A Sé vista do terraço do ISESE, vendo-se o edifício do Museu de Évora, no antigo Paço Episcopal
Foto a trabalhadores do ISESE, entre os quais o Sr..Veladas que era o contínuo e registava as presenças ds alunos nas aulas no início das mesmas. Avistam-se duas das torres da muralha medieval, sendo à esquerda a das 5 Quinas.
Numa rua de Évora (foto Celeste Gato)
EN 114 - 4 junto à Tapada do Ramalho e Quinta de Sta. Catarina. Ao fundo o Aqueduto da Prata
A Mourraia vista do Jardim de Diana. Em 1º plano a Rua do Menino Jesus
Muralha medieval e torre das Portas da Lagoa (Alagoa) vistas da casa onde morávamos na Quinta de Santa Catarina
Rua do Muro e torre da muralha medieval
Sé de Évora
numa rua de évora
Nas piscinas de Évora
foto de autor não identificado (Carlos ou Teresa)
foto Isabel CF-
As fotos acima são no Jardim Público
foto Isabel CF
Na Rua do Raimundo