* Fotografias de Victor Nogueira
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Castro Barroso Gato Nogueira - Blog Photographico - lembrança da moça do Alentejo
Há cada vez mais defensores da teoria que postula que a invasão do Iraque se vai transformar num segundo Vietnam. Hoje, como então, a opinião pública norte-americana demorou algum tempo a condenar e a exigir de forma sistemática o fim do conflito. A divulgação da chacina perpetrada pelo exército americano em My Lai, associada à crescente condenação popular da guerra e às derrotas militares no terreno marcou, em 1968, o ápex da condenação do povo americano à agressão do povo vietnamita e dos seus aliados da península da Indochina.
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Provavelmente a América não voltará a viver um ano horribilis como o de 1968: o aprisionamento pela Coreia do Norte de um navio espião americano e da sua tripulação no mar do Japão, a ofensiva vietcong do Tet no Vietnam, o assassinato do Dr. Martin Luther King e do Senador Robert Kennedy, a cada vez maior contestação à guerra do Vietnam, os tumultos de rua na Convenção Democrática em Chicago e a eleição de Nixon sucederam-se em catadupa. E quando se pensava que mais nada de mau poderia já acontecer ao povo americano, eis que este assiste, horrorizado, à descrição do massacre de My Lai.
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Perpetrado pela Charlie Company, 1st Battalion, 20th Infantry Regiment, 11th Brigade, Americal Division, a chacina de My Lai também conhecida como "Song My Massacre" aconteceu em 16 de Março de 1968 em plena Ofensiva do Tet numa pequena aldeia da provincia sul-vietnamita de Quang Ngai suspeita de albergar o 48º Batalhão do NLF. No massacre pereceram 504 civis vietnamitas, alguns dos quais mutilados, e, para a posteridade, além das vítimas e do horror do massacre, ficaram William Laws Calley Jr., o oficial que ordenou o ataque, a política americana no Vietnam e toda a cadeia hierárquica de comando do exército incluindo o chefe supremo, o Presidente Americano.
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Para a história ficou também, mas pelo motivo inverso, Hugh C. Thompson, Jr. piloto de helicóptero em missão de reconhecimento que, ao presenciar o sucedido, ameaçou disparar as metralhadoras do seu helicóptero sobre as forças americanas se a chacina de civis vietnamitas não parasse naquele instante. Assim pôs cobro a um dos mais tenebrosos episódios de toda a guerra do Vietnam e da história dos EUA.
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Não basta escolher o melhor ângulo para fotografar, é necessário também saber captar o momento exacto. Nisso Cartier-Bresson tinha toda a razão. E se as vezes a sorte sorri ao fotógrafo, bastando-lhe carregar no botão para fixar um acontecimento irrepetível, outras vezes a paciência e a preparação para um obter um instantâneo de um dado momento previsível são puro mérito do fotógrafo. Então, surgem imagens surreais...
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Há mesmo quem se dedique, com algum sadismo, a captar exclusivamente as pessoas em situações embaraçosas ou ridículas, e nem os animais escapam ao sentido de humor corrosivo destes fotógrafos. Mas vamos acreditar que muitas destas imagens são pura coincidência e obra de um disparo ao acaso ;)
Bj
Maria Mamede