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“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Arquitectura: uma “ode ao modernismo” de Lisboa

autoria P3  
// data 12/12/2017 - 18:09
















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©Nuno Sousa Dias


É impossível dissociar, em Portugal, o termo modernismo de nomes como o de Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Almada Negreiros, Amadeo de Souza Cardoso ou Santa-Rita Pintor. Quando nos cruzamos com as suas obras, seja em livros, pinturas, esculturas, significa que as procurámos, que houve intenção de achá-las. Já o encontro com a arquitectura modernista, em Lisboa, pode ser diário, ocasional, fortuito, involuntário, mas, nem por isso, menos significante. Que o diga o autor da série Lisboa Modernista, que dedicou aos edifícios deste estilo arquitectónico 46 fotografias que são como versos de uma “ode ao modernismo”.

O “namorico” entre os edifícios modernistas lisboetas e o fotógrafo Nuno Sousa Dias não é de agora, embora se tenha oficializado apenas em Junho de 2017, com a publicação do projecto no seu site. A predilecção está bem patente nas palavras que acompanham o projecto e que o autor partilhou com o P3: “A forma como os edifícios modernistas foram pensados, o seu desenho rítmico, a riqueza e robustez dos materiais e estruturas, a sua integração, tudo foi feito com a maior atenção ao detalhe, incluindo o plano urbanístico que acompanhou estas obras”, enfatiza. Descreve os modelos como “funcionais, duradouros, resistentes ao tempo e ao uso”.

O seu coração bate mais forte pela obra do arquitecto Porfírio Pardal Monteiro, que considera um dos melhores arquitectos portugueses e que deixou aos lisboetas “um testemunho da boa arquitectura civil”. “Sinto que não se dá o devido valor a estas obras”, lamenta, sublinhando que são “esquecidas e ignoradas, em vez de celebradas”. A obra impõe-se, há muitas décadas, em Lisboa, diante dos nossos olhos, resistente à prova do tempo — o Hotel Ritz é um dos exemplos. “Porém, a sua monumentalidade é uma característica que parece ter caído em desuso, muito devido aos custos associados. Felizmente, a sua robustez fez com que chegassem até aos nossos dias e que continuem a desempenhar as suas funções eficazmente.”

http://p3.publico.pt/cultura/arquitectura/25136/arquitectura-uma-ode-ao-modernismo-de-lisboa?page=/&pos=18&b=multimedia__2

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