Escrevivendo e Photoandarilhando por ali e por aqui

“O que a fotografia reproduz no infinito aconteceu apenas uma vez: ela repete mecanicamente o que não poderá nunca mais se repetir existencialmente”.(Roland Barthes)

«Todo o filme é uma construção irreal do real e isto tanto mais quanto mais "real" o cinema parecer. Por paradoxal que seja! Todo o filme, como toda a obra humana, tem significados vários, podendo ser objecto de várias leituras. O filme, como toda a realidade, não tem um único significado, antes vários, conforme quem o tenta compreender. Tal compreensão depende da experiência de cada um. É do concurso de várias experiências, das várias leituras (dum filme ou, mais amplamente, do real) que permite ter deles uma compreensão ou percepção, de serem (tendencialmente) tal qual são. (Victor Nogueira - excerto do Boletim do Núcleo Juvenil de Cinema de Évora, Janeiro 1973

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Azulejaria religiosa 01 - Azeitão e Sesimbra

* Victor Nogueira

Estes registo não é exaustivo e pretende apenas dar notícia da riqueza artística que cobre as paredes interiores das Igrejas de S. Lourenço, em Vila Nogueira, e de S. Simão, em Vila Fresca, ambas em Azeitão, e de Nossa Senhora do Castelo (Sesimbra). As fotos dos azulejos remontam ao verão de 2013 e ao de 2017.


Vila Nogueira de Azeitão - Igreja de S. Lourenço

As origens deste templo recuam ao século XIV, altura em que se sabe ter sido edificada uma igreja dedicada a São Lourenço. Desconhece-se, todavia, qual a sua configuração (admite-se que tenha sido de nave única com capela-mor de tramo final poligonal, como foi usual nessa centúria), uma vez que, pouco mais de um século volvido, ao redor de 1570, o antigo edifício gótico foi integralmente demolido para dar lugar ao monumento que hoje se conserva.
(...)
O interior é de nave única e nele se conserva um púlpito quinhentista formado por mármores da vizinha Serra da Arrábida. As paredes encontram-se revestidas por azulejos setecentistas, azuis e brancos, sendo os mais importantes os das paredes laterais da capela-mor, que representam diversas cenas bíblicas. Encontram-se atribuídos à oficina de António e Policarpo de Oliveira Bernardes (pai e filho), uma das mais importantes estirpes de azulejadores de finais do século XVII e primeira metade do século XVIII, quando esta modalidade artística atingiu o auge de criatividade, especialmente em Lisboa. Os azulejos da nave, embora pareçam ser de mão diferente, inserem-se nessa grande produção do reinado de D. João V, enquanto que os que revestem as paredes do baptistério são ligeiramente mais tardios, já do ciclo pombalino.

Sem obras assinaláveis ao longo do século XIX, o templo foi intervencionado a partir de 1947, numa campanha restaurada algo prolongada que levou ao apeamento do arco triunfal, à conservação dos azulejos e à integral substituição de pavimentos e coberturas.
(in http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/74297)





registo no muro do cemitério, adjacente

fotos em 2017.07.21






fotos em 2013.08.15


Luísa Antunes
Publicado a 06/06/2010
texto do vídeo: Vendo nosso Deus benigno / vossa grande devoção / (...) / a Lourenço, o mártir digno / de toda a veneração / (...) determinam por seus rogos / a todos sempre ajudar // Amai vosso criador / cuja lei pura e isenta / São Lourenço representa. // O filho que o Padre deu / a seu pai te dá por Pai / (...) / e quando na cruz morreu, / deu-te por mãe sua Mãe. // Será o sabor do pecado / muito mais doce que o mel / mas o inferno cruel, depois / te dará o pecado bem / mais amargo que o fel.// (diz S. Lourenço) /Tanto confiaram em mim / construindo esta capela / plantando o bem sobre ela.../ Não os deixarei assim / sucumbir sem mais aquela." in "Auto de São Lourenço", Padre José de Anchieta (nota: auto feito para converter os índios do Brasil, onde também existe uma capela de S. Lourenço)



  Vila fresca de Azeitão - Igreja de S.  simão

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Estava pois a Igreja aberta e lá dentro meia dúzia de fiéis relativamente idosos rezavam o terço ou oravam silenciosamente, o que inibiu um pouco a minha reportagem fotográfica. Num recanto da aprazível povoação, com um adro espaçoso com bancos em redor e perto da fonte e do bebedouro de animais. A sua construção é anterior ao séc. XVI. O templo, contíguo ao Palácio e Quinta da Bacalhoa, possui um portal renascentista com duas colunas que sustentam um tímpano triangular e um arco de volta perfeita. É assinável o trabalho em azulejo azul, branco e amarelo, do século subsequente, que cobre totalmente as paredes. Mais sobre a Paróquia em http://www.azeitao.net/aldeias/paroquia_sao_simao.htm

















fotos em 2017.07.19



Luísa Antunes 


Sesimbra - Igreja de N. Sra da Consolação do Castelo

Será obra das oficinas lisboetas dos mestres Teotónio dos Santos e Bartolomeu Antunes o conjunto azulejar resultante das obras s de embelezamento da Igreja de Nossa Senhora da Consolação do Castelo, realizadas em 1721,  Os painéis de azulejos azuis e brancos representam várias temáticas religiosas, desde imagens de apóstolos e evangelistas a cenas sobre a vida de Cristo e de Santiago. A Igreja de Santa Maria do Castelo foi fundada no ano de 1160 tendo sofrido, desde então, várias reformas que lhe adulteraram a traça original.  No dia em que lá fomos os turistas deambulantes  ram mais que muitos.


A Igreja vista das muralhas do Castelo de Sesimbra






fotos em 2013.08.15
e em 2016.04.24



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·     Registos de Azulejos 03 – Setúbal

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